Por Franklin Félix Carta Capital

Vivemos tempos difíceis para os/as sonhadores/as, em que é necessário defender o óbvio, disputar narrativas e resgatar conceitos e valores presentes nas religiões, atualmente adormecidos ou propositalmente apagados por aqueles/as que querem fazer das comunidades de fé, locais dogmáticos, vazios de interpretações e que, afastando-se de seus princípios, excluem, segregam e oprimem.

Por conta disso, ativistas de diversas comunidades de fé, lideranças laicas e religiosas que atuam em São Paulo – grupos, igrejas, casas de candomblé, terreiros, coletivos, centros, pastorais e movimentos -, preocupados/as com o avanço dessas presenças fundamentalistas e conservadoras nas disputas eleitorais, criaram um manifesto em favor de ações e políticas públicas voltadas a lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, pessoas intersexo etc., no âmbito dos poderes executivo e legislativo municipais.

A ideia central do manifesto é gerar um compromisso com uma agenda política favorável à construção da cidadania para todes e do combate à LGBTIfobia por parte de candidatas, candidatos e candidates à Chefia do Poder Executivo Municipal e a uma Cadeira na Câmara dos Vereadores, já que não se constrói politicas publicas a partir de nenhum livro sagrado ou preceitos religiosos.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.” – Declaração Universal dos Direitos Humanos

Para esse grupo de ativistas “se há algo que une – ou que deveria unir – as diversas religiões e credos, este algo é a busca pela dignidade da pessoa humana. Não nos consta que alguma religião ou credo tenha como princípio a degradação do ser humano, a despeito dos eventos de intolerância e preconceitos que, não raras vezes, seus membros protagonizam ao se oporem a pensamentos e existências que julgam colidir com seus princípios religiosos”.

Finalizam destacando que ao reconhecer que a desigualdade de direitos é uma construção social, a sua desconstrução é igualmente possível e, mais do que isto, que as crenças e religiões, uma vez compreendidas como promotoras da dignidade humana, podem, em conjunto, lançar luzes aos desafios a que são apresentados.

Até o momento, 38 candidatas e candidatos do PT, Psol, Rede, MDB, PCdoB, PSDB, PDT, PSTU e UP comprometeram-se com políticas que gerem vida para a comunidade LGBTQIA+ na cidade de São Paulo. Depois das eleições, se eleitas, essas candidaturas serão cobradas pelo compromisso assumido.

Para acessar toda a nota: https://mopamariellefranco.wixsite.com/cartalgbti

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