Por: Bárbara Blum / www1.folha.uol.com.br / SÃO PAULO

Os motivos para abrir um negócio são variados, mas os erros dos empreendedores de primeira viagem costumam ser parecidos. A seguir, saiba quais são as falhas mais recorrentes cometidas pelos iniciantes e como evitá-las, segundo especialistas em negócios.

Clipes de papel coloridos no canto inferior da foto. Um deles, em formato de seta, está mais para cima, apontando para o alto
Chavalit/Stock Adobe

EXCESSO DE CONFIANÇA

Embora acreditar no produto seja importante, o otimismo exacerbado DOS empreendedores pode impedir que o empreendedor veja a realidade da empresa. “A pessoa acredita que, independentemente dos números projetados e dos cenários, ele é capaz de fazer mais e melhor”, diz Rubens Massa, professor do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Ele ressalta que existem estudos que já apontam essa correlação entre excesso de confiança e redução da chance de sucesso de um negócio. Para evitar esse viés, a orientação é manter uma interação contínua com pessoas de fora da empresa, especialmente os potenciais clientes, e estar aberto para receber feedbacks e críticas.

FALTA DE PLANEJAMENTO

Um plano de negócios deve incluir, além da parte financeira, um estudo sobre o produto oferecido, o mercado, a concorrência, o público-alvo e as estratégias de marketing, orienta Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP. “A ausência de um plano ou sua má formulação pode levar a decisões erradas”, afirma.

Desde a abertura, é importante formalizar a companhia e todas as atividades por meio de contratos, alerta Alessandra Andrade, coordenadora do hub de empreendedorismo da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Tudo deve ser feito por escrito, até acertos de pagamentos com fornecedores, diz ela.1 5

Empresários contam como conseguiram recursos para seus negócios

Helena Crizel, 51, fundadora do Ella App, procurou mulheres que quisessem colaborar com seu projeto, com contrato mútuo conversível, ou seja, o investidor escolhe, depois de um tempo, ter o dinheiro de volta ou virar sócio. É um modelo pouco difundido no Brasil, mas muito usado no exterior.

Helena Crizel, 51, fundadora do Ella App, procurou mulheres que quisessem colaborar com seu projeto, com contrato mútuo conversível, ou seja, o investidor escolhe, depois de um tempo, ter o dinheiro de volta ou virar sócio. É um modelo pouco difundido no Brasil, mas muito usado no exterior. 

CONFUSÃO NAS FINANÇAS

Um erro comum –e muito prejudicial ao negócio– é misturar as finanças pessoais com as da empresa. O ideal é ter duas contas separadas no banco, uma para a pessoa física e outra para a jurídica. Mas, no início, isso nem sempre é possível. Então, vale criar uma planilha detalhada para diferenciar cada despesa.

A confusão nas contas impede que o empreendedor avalie a real situação financeira do negócio, o que pode levá-lo para o buraco. Outro equívoco é não separar o valor correto para a remuneração do empresário. “Suas horas de trabalho precisam ser pagas. O lucro só vem depois que o investimento já se bancou“, afirma Andrade.

A professora afirma que, em tempos de crise, a saída é aplicar a mentalidade das startups. “Não use todos os seus recursos de uma vez só. Reduza ao máximo os custos e converse muito com os consumidores.” Além do investimento para começar as operações, é necessário projetar o gasto para manter o empreendimento funcionando.

ESCOLHA ERRADA DOS SÓCIOS

Muitas companhias morrem por causa de desentendimentos entre os parceiros de negócio. Conhecer bem o sócio é fundamental para saber como a pessoa se comporta em situações-limite, recomenda Poit, do Sebrae.

Mas nem sempre é bom empreender com um amigo, já que a parceria pode ser prejudicial para a empresa e para a amizade. “Escolha alguém que tenha competências complementares às suas”, diz ele.
Poit afirma ainda que é importante firmar contratos que prevejam não apenas as regras para o começo das operações, mas também para o fim delas, caso isso aconteça no futuro.

Para empresas que buscam fundos de investimento, é importante pesquisar sobre eles e alinhar bem as expectativas, diz Massa, da FGV.

INCAPACIDADE COMERCIAL

Muitos empreendedores começam um empreendimento sem antes pensar se elas ou algum membro da equipe tem facilidade na área de vendas.

Na visão de Alessandra Andrade, isso está associado à capacidade de comunicar bem o produto ou serviço.”Nós vendemos o tempo inteiro e nem nos damos conta disso. Achamos que só quem vende é a figura de quem está ali nas lojas diretamente”, diz.

Se os empreendedores não tem uma abordagem vendedora, não vão conseguir mostrar o potencial do seu negócio e dos seus produtos para os clientes e investidores –o que pode afundar projetos promissores.

Nesse caso, é interessante que o empresário busque capacitação na área ou procure parceiros que tenham um perfil vendedor.

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