Por: Karla Naiany de Caires Cardoso*

As crises sempre estiveram presentes no mundo. Com certeza você já ouviu falar sobre a crise de 1929 ou a de 2009, um pouco mais recente. Empresários que estão há uns anos no mercado sabem muito bem como foi passar por 2015/2016, anos em que o Produto Interno Bruto (PIB) estava bem ruim.

Agora vamos pensar em outra crise, uma mais impactante, nível mundial e devastadora… Covid-19. Esse período está sendo um dos mais difíceis. Claro que todas as eras tiveram suas dificuldades, cada uma com sua intensidade, o fato é que uma pessoa jovem e que está vivendo esse período diz ser o mais difícil, como era criança nos outros anos não vai lembrar dos períodos vividos comparado a esse em que está com uma mentalidade mais evoluída.

Crises sempre existiram, diversidade e dificuldade também. Se problemas estão sempre presentes, então, algumas perguntas surgem, como “o que você está fazendo para resolver? O que você fez para se preparar? O que você vai fazer?” e para todas essas perguntas, as suas respostas seguem com uma pequena incógnita “por quê?”. Logo, “Por que agiu de tais formas para resolver, por que se preparou de outras formas e por que pretende agir dessa forma que está planejando?”

Aposto que já ouviu de sua mãe ou já ouviu qualquer outra pessoa dizer “age e para de esperar as coisas acontecerem” e vamos aprofundar um pouco mais “dinheiro não nasce em árvore”. Duas expressões de muitas que ouvimos no decorrer de nossas vidas, mas não importa o que escutamos, o importante é entender o que escutou e como aprender com isso.

Vitimismo é um grande bloqueio de ação, assim como a procrastinação, preguiça e medo.

Em pleno 2021, muitas empresas, muitas pessoas já sabiam que o vírus poderia/iria chegar no Brasil, mas mesmo assim optaram por não agir. “Ah, mas eu não sabia”, isso é desculpa para não agir e se precaver; até porque os idosos atualmente sempre relatam as dificuldades que enfrentaram, sem conhecimento técnico eles contam os impactos que sofreram por conta de problemas de outros países, exemplo, crise de 1929.

Após um ano de pandemia pergunto: “o que você poderia ter feito no início da pandemia e o que faria de diferente?”. Muitas pessoas mudariam suas atitudes, mas na época não agiram por medo, por exemplo.

Sair da zona de conforto não é fácil, mas qualquer decisão que tomar terá dificuldades diárias e desafios a enfrentar, pode até ter extrema frustração e dificuldade para superar a burrice por não ter agido.

Em uma notícia do “El País”, 716.000 empresas fecharam as portas no Brasil por conta da pandemia, essa notícia foi publicada dia 19 de julho de 2020. Ano passado e esse número altíssimo. Vale ressaltar que nem mencionei os números referentes a desemprego.

Agora vamos começar a analisar de forma técnica, muitas pessoas não possuem conhecimento técnico, não tem competência para gerir um negócio. O problema está em permanecer nessa posição, não sair da zona de conforto e não se capacitar, buscar aprender, evoluir. Aqui entra o ditado escutado e já mencionado “dinheiro não nasce em árvore”.

Empresas são feitas de pessoas e essas são ensinadas pelos pais por meio de culturas diferentes, não importa aonde vão estar, elas vão seguir os seus princípios porque são as suas crenças. Com base nisso, empresas são “famílias” que lutam por objetivos organizacionais para realizar seus desejos individuais. Todos saem ganhando.

Contudo, nem todas as pessoas colocam em prática o que aprendem, os pais podem ser trabalhadores e esforçados, mas o filho não ter o menor interesse em crescer na vida. O que tudo isso tem a ver com empresas? Bom, para uma empresa crescer é necessário que tenha pessoas qualificadas e interessadas.

Muitas empresas fecharam durante a pandemia e o principal fator para isso acontecer foi a falta de conhecimento-competência- e visão sistêmica. Em um mundo tão globalizado, era de se esperar que no mínimo uma empresa se esforçasse para se preparar para imprevistos. Já que as crises sempre acontecem e sempre vão acontecer, não existe motivo lógico para o não preparo, principalmente, em relação a empresas grandes.

No passado, as organizações não analisavam o ambiente externo, não era importante, e com isso, a atenção era voltada ao ambiente interno. Com o passar do tempo viram o quão o mundo é interligado, o quão pode sofrer impactos provindos de influências externas que, ao olhar superficialmente, não era nítido que poderiam ser prejudicados.

Conforme a Teoria dos Sistemas de 1951, vai muito além de somente analisar o ambiente interno e externo em conjunto, é visualizar que todos estão interligados e que sofrem influência com as ações externas, independente se essas ações são de empresa de outro ramo. De imediato pode ficar confuso, mas exemplos ajudam a compreender melhor: caso uma empresa comece investir em atendimento de qualidade, embalagem exclusiva para entregar seus produtos e um pós venda em que o cliente perceba que o relacionamento é contínuo, mesmo após a entrega, não resta dúvidas de que a empresa terá um percentual muito alto de fidelização. Não se trata apenas da compra de um produto, se trata de um relacionamento. Assim, como nas relações individuais, são as empresas no mercado.

Uma pessoa que quer crescer vai lutar pelos seus objetivos, estará atenta às notícias (mantendo-se atualizada), e se esforçará para ser a melhor a cada dia. Empresas também devem ser assim, por que seria diferente? O mais essencial é ser estratégica, analisar como o mundo funciona e aonde a empresa está nesse processo de funcionamento, o que a mudança política pode interferir na legalidade de seu trabalho, por exemplo.

A análise estratégica com uma visão sistêmica competente proporcionará um excelente planejamento estratégico.

De acordo com a “Rede Jornal Contábil”, foram abertas 2,3 mil empresas no Brasil a mais do que fechou. É interessante que em plena pandemia, enquanto muitos negócios fecharam e empresários reclamaram do cenário, muitas outras pessoas estavam vendo oportunidades e aproveitaram para começar seu empreendimento.

Percebe-se que esses corajosos analisaram tudo sem estar dentro desse universo empresarial. Isso é indicado a fazer quando está enfrentando algum problema, tentar analisar de fora e de forma técnica, para assim conseguir traçar os novos planos.

Logo abaixo há alguns pontos para auxiliar em como se preparar para as crises ou imprevistos futuros:

  1. Elabore um planejamento estratégicos com opções de possíveis contingências;
  2. Capacite e invista em conhecimento sempre;
  3. Tenha uma equipe competente e invista em seus colaboradores;
  4. Conheça cada processo da sua empresa, saiba como funcionam esses processos;
  5. Tenha visão sistêmica, analise cada notícia, novidade e prepare-se antecipadamente;
  6. Esteja atento ao mercado, analise o que pode aprender com as novidades de empresas de outro ramo;
  7. Faça investimentos e reservas para a empresa, assim estará mais preparado financeiramente quando ocorrer algum imprevisto/crise;
  8. Analise os objetivos organizacionais, os processos, e se for caso, redesenhe;
  9. Tenha planos, processos, comunicação eficientes e eficazes, também transparência com todos.
  10. Nunca desista!

Sempre haverá aqueles que se concentrarão em reclamar, não agir e também aqueles que aproveitarão cada segundo, oportunidade para enxergar uma nova oportunidade, ver o que está aparentemente oculto, principalmente, trabalhar cada segundo para evoluir e crescer com seus colaboradores.

* Karla Naiany de Caires Cardoso é estudante universitária em Administração e empreendedora.

Referências:

Dau, G (2021), Em 2020 o Brasil abriu 2,3 milhões de empresas a mais do que fechou, Rede Jornal Contábil, disponível em <https://www.jornalcontabil.com.br/em-2020-o-brasil-abriu-23-milhoes-de-empresas-a-mais-do-que-fechou/>, 16 de fevereiro

Falsarella, Orandi Mina, & Jannuzzi, Celeste Sirotheau Corrêa. (2020). Inteligência organizacional e competitiva e big data: uma visão sistêmica para a gestão sustentável das organizações. Perspectivas em Ciência da Informação, 25(1), 179-204. Epub May 20, 2020. https://doi.org/10.1590/1981-5344/3497

Fernandes, D., 69% dos pequenos negócios vendem online na pandemia, revela SEBRAE, Redação E-Commerce Brasil, disponível em <https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/pequenos-negocios-vendem-online-coronavirus/>, 24 de março.

Oliveira, J., (2020), 716.000 empresas fecharam as portas desde o início da pandemia no Brasil, segundo o IBGE, disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2020-07-19/716000-empresas-fecharam-as-portas-desde-o-inicio-da-pandemia-no-brasil-segundo-o-ibge.html>  , São Paulo, 19 de julho.

Silber, Simão Davi. (2020). A fragilidade econômica e financeira na pandemia do Sars-Covid-19. Estudos Avançados, 34(100), 107-115. Epub November 11, 2020. https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.34100.008

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