Por Barbara Bigarelli – Valor Econômico 18/06/2021
Desemprego, saúde e segurança estão no topo das prioridades para 800 brasileiros nascidos entre 1983 e 2003, de acordo com pesquisa da Deloitte em 45 países
Desemprego, saúde e segurança são as principais preocupações de brasileiros das gerações Y e Z entrevistados em uma pesquisa global da consultoria Deloitte. O estudo mapeia anualmente as percepções dessas gerações a respeito dos desafios mundiais e, neste ano, os dados refletem o impacto da pandemia, indica Marcos Olliver, líder da área de talento da Deloitte. “Certamente a preocupação com saúde veio para o topo da agenda, tanto em termos globais quanto nacionais e, para os millennials, o desemprego permanece como principal preocupação atual.”
A Deloitte ouviu 14,6 mil millennials (nascidos entre 1983 e 1994) e 8,2 mil da geração Z (nascidos de 1995 a 2003) em 45 países em fevereiro deste ano. No Brasil, foram 800 entrevistados – sendo 500 da geração Y (72% em um trabalho integral ou parcial) e 300 da geração Z (44% trabalhando integral ou parcialmente). Os millennials brasileiros preocupam-se, na ordem de prioridade, com desemprego (38%), saúde/prevenção (35%), segurança e combate ao crime (27%). A geração Z, no Brasil, apresenta os mesmos receios, com o desemprego no topo, mas seguido pelas questões de segurança.
Na média global, a saúde foi a principal preocupação apontada por 28% dos millennials, enquanto questões climáticas e de meio ambiente são uma preocupação para 26% da geração Z. “A geração Z já vinha demonstrando grande preocupação com essa questão climática e, neste ano, permanece no topo de agenda”, diz o executivo. A pesquisa trata essas questões de forma genérica, sem detalhar preocupações ambientais específicas, como desmatamento, emissão de carbono e consumo sustentável, por exemplo. Entre os brasileiros entrevistados, 41% dos respondentes da geração Z e 45% dos millennials acreditam que mais pessoas se comprometerão a tomar medidas sobre questões ambientais após a pandemia.
“Todas essas preocupações estão diretamente relacionadas à agenda ESG. As novas gerações olham para essa agenda para entender com quais empresas gostariam de se relacionar, tanto do aspecto do consumo quanto do emprego. E estão vendo o que elas fazem para ajudar a criar um mundo mais sustentável e equitativo”, avalia Olliver.
Mais de três quartos dos millennials (85%) e da geração Z (83%) no Brasil acham que a riqueza e a renda estão desigualmente distribuídas. Quando perguntados sobre quais fatores geram essa distribuição desigual, a ganância e a proteção dos interesses próprios das empresas/pessoas em melhor situação são os principais fatores apontados (para 39% dos millennials e 41% da geração Z).
Regulações e políticas que ajudam a perpetuar desigualdades são o segundo fator, indicado por 38% (Y) e 36% (Z). Em terceiro, os jovens apontaram a remuneração das próprias organizações. Para 26% (Y) e 34% (Z), o crescimento de bônus e salários para altos executivos, versus uma média salarial da força de trabalho que se mantém baixa, é um fator de contribuição.
“Essas gerações têm um olhar para distribuição de renda como um todo, mas também para ação das organizações, quando entendem, por exemplo, que o gap salarial existente é alto e algumas políticas favorecem quem já está em posições melhores”, diz Olliver.
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