Animal passa 4 dias na porta de carceragem da polícia à espera do tutor; veja fotos
Por: Redação EUpontocom
Já é conhecido, do grande público, o amor que animais domésticos demonstram por seus donos, e em especial os cachorros. Um exemplo desse sentimento foi observado aqui em Brasília quando um cachorro passou quatro dias em frente à Divisão de Controle e Custódia de Presos (DDCP) da Polícia Civil à espera de seu tutor, no Distrito Federal, um homem em situação de rua que foi preso na última sexta-feira. O animal foi transportado junto com o detento, dentro da viatura, e permaneceu no local durante todo o tempo aguardando a liberdade do companheiro.
Segundo o policial civil Hugo Faria, o homem foi preso por ameaçar um familiar em Taguatinga (DF). Ele conta que, durante a detenção, o animal entrou na viatura junto com o tutor e ficou na porta da carceragem até a última segunda-feira (7), quando o detento foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião.
“Como eu vi a fidelidade do cachorro com ele e que eles tinham uma relação familiar, eu deixei o cão ficar na viatura. Fui pensando em uma solução durante o trajeto e se conseguiríamos uma doação para ele”, explica o policial civil, que também realiza resgate e doação de animais há alguns anos e já chegou a conseguir abrigo para cerca de 200 bichos.
resumiu o policial civil Hugo Faria. que também realiza resgate e doação de animais há alguns anos e já chegou a conseguir abrigo para cerca de 200 bichos.
Diante de toda essa situação os policiais decidiram procurar localizaram a família do tutor. O agente disse que os parentes compareceram ao complexo policial e levaram o cachorro para casa.
“No fim das contas, o cão fez a união da família toda. A avó e a irmã do detento falaram que o perdoaram e que cuidariam do animal”,
resumiu o policial civil Hugo Faria
Por que, mesmo abandonados, cães esperam os donos ?
Um cão abandonado pelos donos aguarda há cerca de 15 dias pelo retorno da família que o deixou e se mudou para outro bairro em Macapá, no Amapá. O cachorro, uma mistura da raça golden retriever com vira-lata, foi visto vagando pela rua e observando a porta da antiga casa, que ostenta uma placa de “aluga-se”. Segundo a ONG Anjos Protetores, que resgatou o animal, ele está fraco e debilitado. Extremamente sociáveis, mostrando sinais de empatia e capazes de distinguir palavras e entonações como nós, os cães costumam sofrer com a separação dos donos – às vezes colocando a vida em risco.
Evolução ao lado dos humanos
Isso acontece porque, após serem domesticados, cerca de 11.000 anos atrás, a evolução dos cães aconteceu ao lado do homem. Inicialmente, esses animais que viviam em matilhas chegaram aos acampamentos atrás de restos de comida e foram sendo moldados por nós. Aqueles que exibiam características mais úteis ao convívio humano – capacidade de caçar, pastorear rebanhos, defender territórios, fazer companhia – foram acolhidos e passaram sua herança genética adiante. Ao longo do tempo, a aproximação entre os homens e os animais chegou a tal ponto que eles passaram a nos identificar como integrantes das antigas matilhas – ou seja, de seu próprio grupo.
“As pesquisas mais recentes falam em uma ‘convergência evolutiva’, o que significa que o animal não seria o que é, hoje, sem nós. Ele encara a família humana como o seu grupo, no qual encontra segurança, abrigo e alimento. Por isso, ficar distante desse ambiente causa muito sofrimento para os cães”,
explica a especialista em comportamento animal Carolina Rocha, do Pet Anjo,
Além da falta da companhia, os cachorros são também muito ligados à rotina. Sua existência se dá em torno das horas certas para dormir, comer, passear, brincar ou aguardar o dono chegar do trabalho. Quando esses hábitos são alterados, o animal costuma ter dificuldades para se adaptar.
“Quando a família, que é responsável por manter a rotina do cão, fica distante, ele nota que há algo errado e pode ficar triste, ansioso e até parar de se alimentar”
diz Carolina Rocha, do Pet Anjo
Como a percepção de tempo dos cães é diferente da humana – está mais ligada aos ciclos de luminosidade que a períodos como dias ou anos – , ele pode passar muito tempo aguardando os donos sem saber se a espera foi de horas, semanas ou meses. Assim, quando o animal é abandonado e deixa de comer, ele pode ficar abatido e fraco, como ocorreu com o cão de Macapá.
“O vínculo entre homens e cães é muito antigo e forte. Por isso conhecemos episódios de cachorros que esperam o dono mesmo depois que ele já morreu ou aguarda que a família que se mudou retorne. A quebra desse vínculo costuma ser difícil para os animais”, diz Carolina.
diz Carolina Rocha, do Pet Anjo
“Há dados científicos que revelam que essa ligação se dá também por meio do afeto, com a medição em cães dos níveis de oxitocina, conhecido como o ‘hormônio do amor’. Não é possível dizer que ele sente a intenção do abandono, mas certamente a ruptura lhe causa bastante sofrimento.”
diz Carolina Rocha, do Pet Anjo
Fontes:
https://veja.abril.com.br/ciencia/saiba-por-que-mesmo-abandonados-caes-esperam-os-donos/
https://noticias.r7.com/brasilia/cachorro-passa-4-dias-na-porta-de-carceragem-da-policia-a-espera-do-tutor-veja-fotos-09112022
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