Por Metrópoles

Apesar de não estar entre os países que mais apresentam casos de Covid-19 no mundo, o Japão também sente os impactos da pandemia. Um deles pode ser o aumento no número de suicídios. De acordo com dados recentes divulgados pelo governo nipônico, 2.153 pessoas morreram por suicídio em outubro — 96 a mais do que o total de mortos por coronavírus no ano de 2020.

Em entrevistas, Michiko Ueda, especialista no tema e professor da Universidade Waseda, em Tóquio, afirmou que, mesmo sem lockdown e com impacto mínimo da Covid-19 em relação a outros países, o número elevado de suicídios no Japão pode estar diretamente relacionado à pandemia. “Isso indica que outros países podem ver um aumento similar ou ainda maior nos números no futuro”, alertou o pesquisador.

O Japão é um dos únicos países no mundo que divulgam dados sobre suicídio regularmente. Em 2016, a taxa de mortalidade por suicídio no país era de 18,5 a cada 100 mil habitantes — quase o dobro da média global, de 10,6 a cada 100 mil habitantes. No Brasil, em 2016, a taxa de mortalidade por suicídio era de 6,5 a cada 100 mil habitantes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Estima-se que 79% dos suicídios no mundo ocorram em países de baixa e média renda e que seja a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

Busque ajuda

Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.

Arte/Metrópoles
Disque 188

A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.

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