Por: amenteemaravilhosa.com.br

Quantas vezes já abordamos de forma diferenciada o que é “sexo natural” e “sexo não natural”? Definições que surgiram por causa dos preconceitos que nos perseguem há anos. Durante muito tempo considerou-se que as relações sexuais tinham um propósito reprodutivo. Mas, atualmente, defendemos como natural o ser humano manter relações sexuais por simples prazer.

O sexo não é natural, é cultural

No entanto, a naturalidade do sexo não é exatamente como nós a percebemos. Acreditamos que sexo significa liberdade, quando na realidade não é bem assim. Você acredita que é mais livre quando mantém relações sexuais? Você acha que não tem nenhum limite? Nada está mais longe da realidade.

A cultura influencia a educação sexual muito mais do que pensamos.

O sexo não é natural, é normal

Quando nos referimos ao sexo como algo natural, na realidade, estamos dizendo que não deve ser visto com estranheza, mas como um comportamento completamente normal, válido e aceitável. Ou seja, devemos entendê-lo com naturalidade. No entanto, a palavra “natural” refere-se à natureza, disse Valérie Tasso, escritora e sexóloga, em uma das muitas conferências que participou.

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– O sexo é muito importante para nós, porque não nos faz mais animais, mas nos torna mais humanos: pense no quanto uma pessoa reflete sobre se está pronto ou não para ter “a primeira vez”. Temos valores na nossa cabeça que condicionam nossos comportamentos.

– A moralidade não é universal, porque se fosse assim todos nós manteríamos mesmas práticas sexuais: japoneses, árabes, americanos… Somos todos diferentes em relação ao sexo, porque os costumes e as normas não são as mesmas em todos os lugares.

Por outro lado, são as próprias pessoas que acreditam que o sexo nos torna mais animais. Dessa forma, surgem os preconceitos, as pessoas se reprimem e se preocupam com o que é bom ou ruim, com o que é certo ou errado, com o que é “natural” ou não. Quem pode determinar isso? Sem dúvida, a própria cultura.

O sexo dentro de uma determinada cultura

O sexo é um comportamento cultural como ir a uma exposição ou ao museu. Aprendemos tudo desde muito pequenos.  Por que não podemos ter relações sexuais em um parque durante o dia? Por que você reserva esses momentos de prazer para a sua intimidade? Agimos dessa forma porque nos ensinaram como manter relações sexuais.

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No entanto, isto também é um problema. Lembre-se de que quando viaja para outro país você enfrenta choques culturais assustadores. No que diz respeito aos relacionamentos acontece o mesmo. A história de cada país é diferente e, portanto, seus habitantes também são diferentes. Em alguns lugares, como o Japão, dizem que os homens são muito frios. Ao contrário, dizem que os latinos são pessoas dotadas de muita paixão. Existem grandes diferenças baseadas na cultura que permeia cada um dos países do mundo, o que nos enriquece como seres humanos.

“A sexualidade não é algo natural do ponto de vista biológico, e se nós a classificamos como ‘natural’, estamos nos baseando em determinados parâmetros históricos e culturais”.
– Elena Martinez Navarro –

Sem dúvida alguma, tudo o que está relacionado com o sexo está fortemente ligado às crenças religiosas. Mesmo que você se considere agnóstico ou ateu, o lugar onde você nasceu tem uma tradição religiosa que condiciona o seu comportamento e determina a forma como você vê os seus relacionamentos e a sua maneira de viver.

Você acredita que a sexualidade é natural? Você acha que a forma como você vê e vivencia a sua sexualidade está livre de qualquer influência? Acredita que, no final das contas, o sexo é como ir ao teatro? Você pode ir uma vez com uma pessoa, outro vez com outra, com duas…Talvez você possa ver um balé ou uma peça teatral. No entanto, tudo que acontece no nosso interior é influenciado pelo exterior.

Imagens cortesia de Tatyana Ilieva.

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