A transição da vida no campo para outros setores é um fenômeno que tem ganhado destaque em estudos recentes. A teoria da conservação de recursos do estresse, apresentada por Peel et al. (2016), oferece uma lente interessante para entender esse processo.

Por: Kennedy Gomes de Alecrim/ Eupontocom

O que diz a teoria?

A teoria sugere que as pessoas, naturalmente, buscam proteger e promover aquilo que valorizam, identificados como “recursos”. Esses recursos podem ser tangíveis, como propriedades e investimentos, ou intangíveis, como relações sociais e bem-estar emocional. Quando esses recursos são ameaçados ou perdidos, o estresse se manifesta.

Imagem ilustrativa por Bing – inteligência artificial – para Eupontocom

Diversidade de Recursos: A Chave para a Resiliência

Um dos pontos cruciais do estudo de Peel et al. (2016) é que não é apenas a quantidade de recursos que importa, mas sim a diversidade. Agricultores que possuem fontes variadas de renda, como empregos fora da fazenda ou investimentos em outros setores, mostraram-se menos vulneráveis aos desafios e impactos emocionais da saída da agricultura.

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Ecos Globais: Estudos em Diferentes Países

A realidade da saída da agricultura e seus efeitos no bem-estar não é exclusiva do Brasil. Pesquisas realizadas em países como EUA e Noruega revelaram padrões similares. Em ambos os países, a saída da agricultura foi associada a um aumento nos níveis de depressão e ansiedade entre os agricultores.

No entanto, é fundamental considerar as nuances de cada pesquisa. Enquanto alguns estudos focam na aposentadoria dos agricultores, outros analisam aqueles que deixam a agricultura devido a desafios financeiros ou outros motivos.

Recomendações e Caminhos a Seguir

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Diante dos desafios apresentados pela saída da agricultura, é imperativo que políticas públicas sejam desenvolvidas para apoiar os agricultores em transição. Algumas recomendações incluem:

  • Serviços de Aconselhamento: Oferecer apoio psicológico para ajudar os agricultores a lidar com o estresse e as emoções associadas à transição.
  • Diversificação de Renda: Incentivar e facilitar o acesso dos agricultores a empregos fora da fazenda ou a investimentos em outros setores.
  • Apoio Financeiro: Assistência financeira pode ser crucial, especialmente para aqueles que enfrentam desafios econômicos ao deixar a agricultura.
  • Integração Comunitária: Promover a integração dos agricultores em atividades comunitárias, fortalecendo suas redes de apoio e bem-estar social.

Fonte:
Peel, D., Berry, H. L., & Schirmer, J. (2016). Farm exit intention and wellbeing: A study of Australian farmers. Journal of Rural Studies, 47(Part A), 41-51. https://doi.org/10.1016/j.jrurstud.2016.07.006.

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