Por: Kennedy G. de Alecrim
Não é o mais forte quem sobrevive: Esse título, tão apropriado para esse momento de incertezas no mercado de trabalho, ocorreu em 1963 e foi dita por Leon C. Megginson, professor da Louisiana State University, em um discurso onde apresenta a sua interpretação sobre “A Origem das Espécies”. Mas o que isso quer dizer? Em resumo você pode ter conhecimento e não ter a habilidade de usá-lo em situações práticas, ou até pode saber quando e como usar seus conhecimentos mas não possuir atitude nesse sentido. Ou seja, você, aparentemente, será o mais forte e/ou o mais inteligente mas possivelmente não irá sobreviver se não tiver atitude para se mostrar e ser visto.
Em alguns casos, o trabalhador mais competente pode até ser o menos habilidoso. Tudo dependerá da atitude da pessoa. Na prática, sua espera pelo momento perfeito pode ser seu primeiro passo para a sua extinção, pois na vida real, e principalmente nesse momento, não existe um cenário perfeito, um filme em câmera lenta, com tudo dando certo enquanto tocam uma musiquinha no fundo da cena. A chance pode vir de qualquer lugar a qualquer hora e se você acha que fazer a sua parte é o suficiente, lembre-se: “Algumas pessoas trabalham realmente, outras somente lutam para manter um emprego”. Entende a diferença ?
Mas por que pensar sobre isso ? Por que o fim do emprego, baseado na obediência, estabilidade e previsibilidade, já era um fato discutido no mundo dos negócios a mais de quatro anos antes da pandemia e agora, por causa das mudanças ocorridas no mercado de trabalho esse destino foi acelerado de anos para meses. Se antes sua empregabilidade dependia de seu grau de resignação, descrição e obediência, agora ela depende do seu protagonismo, da sua capacidade de resolver problemas, conflitos, desafios, “bater metas” assumindo espontaneamente a direção das ações de seu trabalho, ou departamento, ou mesmo sua vida. Ou seja, “decidir o sentido e a responsabilidade de suas ações e consequências”, ser protagonista. E isso requer atitude !
Diante de tantas mudanças no mercado de trabalho, não há dúvidas de que é hora de se reinventar. Não basta aprender, ter um conhecimento que antes do termino de seu curso superior, provavelmente já estará defasado. Você necessita “aprender a aprender”. Seja você um aluno universitário, um estagiário, um colaborador, um desempregado, o dono ou o líder da empresa. Quem se adaptar mais rápido terá mais chances de sobreviver, pois essa não é uma crise, mas sim uma revolução na reestruturação do trabalho, uma nova forma de viver.
Mas o que fazer ? Se eu pudesse me dar ao direito de aconselhar você provavelmente diria: “se conheça”! Questione o que você realmente sabe (por exemplo: quantos assuntos você consegue discursar, na frente do espelho, sem se repetir ou usar frases feitas, por 7 minutos? tente fazer isso). Em segundo lugar questione o que você consegue resolver, na vida prática ou no trabalho com esses conhecimentos que você conseguiu discursar, e por último: quais atitudes você já tomou utilizando esses conhecimentos, que levaram você a alguma melhoria em sua qualidade de vida ? O resultado pode ajudar você a perceber pontos fortes e fracos em sua capacidade de “trabalhabilidade”. Observe que eu não disse “empregabilidade”. Hoje existe uma imensa diferença entre esses dois termos.
Para os que acreditam em milagres deixo aqui a frase de Albert Einstein: “Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo depende de nossa vontade e perseverança”. Portanto, não espere um roteiro com seu nome. Faça o seu filme e faça ele acontecer !
Fique bem !