Você sabe qual é a diferença entre socialismo e comunismo? E o que é fascismo? Preparamos um pequeno dicionário para você compreender essas e outras ideologias
Por Redação
Segundo Marília Marasciulo, da revista Galileu, na transição do feudalismo, sistema dominante na Europa Ocidental até a Idade Média, para o início do surgimento dos estados modernos, o pensamento político começou a ser estruturado em diferentes ideologias. O objetivo era criar um conjunto de princípios e ideias sobre como a sociedade deveria se estruturar nos âmbitos sociais, culturais e econômicos, funcionando como um guia para como o poder deveria ser distribuído e usado.

Ao longo dos anos, foram surgindo dezenas de ideologias, que indicam qual forma de governo, modelo econômico e valores morais considera os ideais para a sociedade. Entenda algumas das que mais receberam atenção nas últimas décadas:
Democracia
A democracia é uma forma de governo na qual todos os cidadãos participam de forma direta ou indireta, através de pessoas que elegem para representá-los, na proposta, desenvolvimento e criação de leis que irão governá-los.
Autocracia
A combinação dos radicais gregos autos e kratos significa “poder/governo por um só ou si próprio”. Neste tipo de governo, todo o poder está concentrado em um único governante, que pode ser uma só pessoa, um comitê ou um partido. Há também tendência de personalização do poder — as políticas adotadas são confundidas com interesses pessoais, não existem outros membros do governo ou, se existem, são ignorados, ideias contrárias e oposição são tratadas com truculência e o autocrata e seus aliados têm impunidade.
Anarquismo
O anarquismo é uma ideologia política que prega a ausência de um governo e se opõe a todo tipo de dominação e hierarquias A proposta é superar a ordem social com um projeto baseado na autogestão, com uma sociedade baseada na cooperação mútua entre as pessoas, que podem se associar livremente.
Capitalismo
O sistema econômico e social predominante no mundo é baseado na sociedade privada e, como o nome sugere, na acumulação de capital — dinheiro ou bens e objetos que podem gerar mais dinheiro. O sistema é dividido em duas classes principais: os capitalistas (donos dos meios de produção ou dos bens que podem gerar dinheiro) e os trabalhadores (que vendem sua mão de obra em troca de uma remuneração). O objetivo do capitalismo é a maximização dos lucros dos capitalistas, reduzindo custos ou elevando os preços dos produtos ou dos serviços. Tudo é feito em um mercado livre, com pouca ou nenhuma interferência dos governantes, conforme leis da oferta e da demanda.
Socialismo
Contrapondo-se ao capitalismo, o socialismo defende que os meios de produção e os bens devem ser públicos, ou coletivos, com o objetivo de proporcionar uma sociedade com igualdade de oportunidades para todos. No socialismo, o Estado é o responsável por distribuir e produção, organizando um sistema de igualdade e cooperação. Os teóricos mais famosos do pensamento socialista são Karl Marx e Friedrich Engels, que, com a teoria da mais-valia, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas que produziam, o que geraria desigualdades e problemas sociais.https://fe26ba5f3dc44e9c0039c9feb9834cb8.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.htmlSAIBA MAIS
Comunismo
Embora muitas vezes tratado como sinônimo de socialismo, o comunismo seria um passo à frente do socialismo: alcançada a igualdade absoluta entre os cidadãos, o Estado torna-se desnecessário, e a sociedade passa a ser capaz de se autorregulamentar. Os trabalhadores são, enfim, proprietários do trabalho e dos bens de produção, e não existem mais diferentes classes sociais.
Fascismo
O fascismo é uma ideologia nacionalista e autoritária que surgiu na Itália no fim da Primeira Guerra Mundial como oposição ao socialismo, ideias que assustavam capitalistas e cidadãos mais conservadores. Sua retórica explora assuntos como combate à corrupção, crise na economia ou declínio de valores morais da sociedade, e apoia a repressão violenta para resolver tais problemas. Embora se digam capitalistas e defendam algumas ideias do capitalismo, como a propriedade privada e pequenas e médias empresas, líderes fascistas buscam intervir na economia. Também apoiam que a nação é um bem supremo, em nome da qual qualquer sacrifício pode ser exigido aos cidadãos, e que a salvação vem da organização militar e da guerra.

O que é Esquerda? O que é Direita?
Historicamente
Segundo o site ronaud.com a origem do termo “de direita” deriva, historicamente, do lado, em relação ao lugar do rei, em que ficava a nobreza, nas reuniões dos Estados-Gerais, antes da Revolução Francesa de 1789, e em que ficavam, depois, os conservadores nas assembleias de parlamentares.
O termo “de esquerda” deriva também da mesma época, quando em 28 de Agosto de 1789, se discutiu na Assembleia Nacional Constituinte francesa a questão do direito de veto do rei. Os deputados que se opunham à proposta sentaram-se à esquerda do assento do presidente, iniciando-se o costume dos deputados que apoiavam mudanças se identificarem com essa posição. Ao longo do século XIX, a principal linha divisória entre esquerda e direita na França era o apoio à República ou à Monarquia. A transição para uma república era o grande objetivo da esquerda francesa, enquanto que os conservadores pretendiam manter a monarquia, a qual manteria seus privilégios.
Atualmente
Esquerda – Atualmente, os partidários “da esquerda” são indivíduos que têm convicções políticas contrárias a regimes conservadores e simpáticas a ideias anticapitalistas, ou socialistas, ou comunistas. São, portanto, considerados progressistas, pois são a favor do progresso social. São partidários de reformas e avanços sociais de caráter igualitário. Tendem a apoiar a distribuição de renda (desde que não seja a própria renda e sim a dos ricos 🙂 ); a inclusão social; o acesso a serviços e produtos que normalmente só a elite – que eles chamavam originalmente de burguesia – tem acesso; a serviços públicos gratuitos como transporte, cultura, educação, saúde e segurança; e ao bem estar do povo e dos trabalhadores – que eles chamavam originalmente de proletariado – contra os privilégios dos ricos.
Direita – Já os partidários “da direita” tendem a apoiar o acúmulo de riquezas; a ideia de meritocracia; o livre comércio; a não-intervenção do governo na vida dos cidadãos e da economia; a exclusividade de serviços e produtos de acordo com as possibilidades que o êxito financeiro do indivíduo permita; e normalmente são contra o uso do dinheiro dos impostos para beneficiar a população. De modo geral, a direita detém poder financeiro e portanto, para não perdê-lo, torna-se adepta de conceitos e práticas políticas conservadoras. São indivíduos que defendem valores tradicionais e a manutenção da ordem estabelecida, sendo contrários a inovações radicais ou mudanças abruptas e apresentando tendências acentuadamente moralistas. Individualismo, machismo, racismo e homofobia são termos normalmente associados ao pessoal da direita, muito embora isso não seja uma regra. Devido a esse comportamento tipicamente moralista e arcaico, o indivíduo de direita é usualmente referido como reaça, termo que beira o xingamento e deriva to termo reacionário, isto é, aquele que reage a mudanças.
Essa divisão non ecziste!
Se você acha que essa coisa de direita x esquerdanão existe, então você já é de direita, mesmo sem ter refletido muito sobre isso. A ampla maioria das pessoas é de direita, porque tem posicionamentos considerados de direita (listados acima), seja por reflexão, seja por absorção da opinião pública convencional. Acredito, de modo particular, que a direita é menos um agrupamento político, muito embora saiba muito bem defender seus interesses politicamente, já a esquerda é visivelmente um agrupamento que se alhea a maioria acomodada e luta explicitamente por mudanças sociais.
Essa distinção entre esquerda e direita política simboliza uma visão geral do panorama político, mas a verdade é que o espectro político está longe de oferecer posicionamentos fáceis, popularmente referidos por 8 ou 80. Como em tudo que é da natureza humana, também a política é permeada por infinitos matizes, graduações e…. CONTRADIÇÕES. Na minha cidade, por exemplo, muito católica, não é difícil encontrar sujeitos que se dizem de esquerda, mas que são contra o aborto e contra o divórcio, por exemplo, os quais são posicionamentos moralistas típicos da direita, isto é, conservadores. Por outro lado, eu me considero de direita, acredito muito no capitalismo e nas benesses que o progresso material trouxe para a sociedade, mas não acho a cobrança de impostos tão ruim assim (clique e leia), nem o programa bolsa-família, e entendo perfeitamente o caráter e a necessidade das lutas sociais, o que me colocaria talvez num posicionamento político de “centro-direita“, se é que isso é possível.
Do lado do Poder
Não é difícil perceber, observando a história, que normalmente quem está no poder, adota um posicionamento conservador, para não perder o poder conquistado, e portanto, estaria “de direita”. Já quem está fora do governo adota uma postura progressista, que visa mudanças sociais, e portanto, está “de esquerda”. Mas basta os papéis se inverterem para vermos os posicionamentos políticos também se inverterem. Quem antes queria mudanças, uma vez no poder, passa a adotar um posicionamento mais conservador, para manter o poder nas mãos, enquanto que quem estava no poder e agora é oposição, passa a lutar vigorosamente por mudanças.
Liberdades
Embora não pareça a uma primeira vista, toda essa conversa política gira em torno de um tema comum e fundamental para todos os humanos: A liberdade.
Nas políticas de esquerda, as liberdades individuais são maiores, porque os bens tendem a ser mais acessíveis a todos. Lembremos que a escassez é um fator extremamente aprisionante. Nas políticas de direita, essas liberdades dependem do poder aquisitivo do indivíduo, muito embora sua liberdade econômica, isto é, a livre iniciativa seja ampla.
Ainda dentro do tema liberdade, porém agora como liberdade coletiva, o gráfico acima apresenta também uma distinção pouco comentada: A oposição entre o libertarianismo e o totalitarismo. Observe que os itens Comunismo, Fascismo e Teocracia aparecem mais abaixo no gráfico, próximos ao Totalitarismo, que representa toda e qualquer forma de ditadura governamental.
Já os itens Liberalismo Conservador (econômico) e Liberalismo Social ficam acima do gráfico, representando ambos uma presença mínima do governo, ou do Estado, na vida da população.