Por Revista Fórum
A notícia sobre a morte no Rio de Janeiro de duas primas, uma 4 e outa de 7 anos, que chocou o país entre a noite desta sexta-feira (4) e a manhã deste sábado (5), emocionou a repórter Narayanna Borges, da GloboNews.
A jornalista, quando foi falar sobre o caso em entrada ao vivo na programação do canal, embargou a voz e não conseguiu segurar as lágrimas. “As meninas costumavam brincar juntas, ontem não foi diferente. Elas estavam muito animadas porque no dia 23 de dezembro a Emily comemoraria cinco anos de idade e, pela primeira vez, teria uma festa de aniversário, com tudo que uma criança…”, dizia Narayanna, que só conseguiu prosseguir com sua fala após uma pausa.
“Desculpa…. Tudo que uma criança tem direito. O enterro está previsto para hoje, às quatro da tarde”, concluiu.
Ao perceber a emoção da colega, a jornalista que estava no estúdio, Lilian Ribeiro, fez um desabafo. “Nara, eu sou mãe de uma menina de quatro anos. Nossas crianças precisam ter direito à infância. E não importa onde elas moram, a cor da pele delas, elas têm esse direito, que deveria ser garantido”, disse.
“A minha pergunta é: até quando a gente vai precisar reportar essas histórias? Até quando a gente vai precisar ouvir esses relatos dramáticos? Até quando a gente vai impedir que as nossas crianças cresçam? São nossas crianças. Duas pequenas brasileiras que tiveram as suas vidas interrompidas”, completou.
Assista.
Hoje a @narayannaborges trouxe o absurdo de 2 crianças que levaram tiros na cabeça enquanto brincavam. E @eulilianribeiro trouxe o desabafo e a reflexão. É o que nos resta, FALAR. pic.twitter.com/LSxeuEVQvw
— Cecilia Flesch (@ceciliaflesch) December 5, 2020
Entenda
Duas crianças foram mortas após serem baleadas enquanto brincavam no portão de casa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite desta sexta-feira (4). Emily Victória Silva dos Santos, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7, eram primas.
Segundo informações do UOL, moradores dizem que policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma motocicleta quando foram feitos os disparos. A corporação diz que não houve tiros por parte dos policiais.
Uma prima das meninas, Ana Lúcia Alves de Souza, afirmou ao UOL que os tiros foram feitos por policiais sem que houvesse nenhum conflito na comunidade.
Segundo uma vizinha, policiais saíram do local sem prestar socorro às crianças. Emily e Rebeca foram socorridas por parentes e vizinhos e levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Sarapuí, também em Caxias. As meninas, no entanto, não resistiram aos ferimentos.
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