Por Barbara Bigarelli — valor.globo.com / São Paulo
Allan Finkel, da Novo Nordisk Brasil, faz um balanço dos desafios apresentados pela pandemia
Um ano e meio após começar a comandar uma organização inteira do quarto de sua casa, Allan Finkel, vice-presidente e gerente geral da Novo Nordisk Brasil e vice presidente sênior para América Latina, faz o balanço do que foi possível entregar e do que precisou ser adaptado: a empresa aprendeu a falar com a comunidade médica de forma remota, reinventou experiências para médicos (cinema drive in), lançou produtos sem colocar a força de vendas na rua e descobriu maneiras novas de interagir com pacientes.
O próprio Finkel ligou para os clientes em 2020 para entender o que deveria mudar na abordagem e sobre melhores caminhos para endereçar as demandas. Internamente, o CEO também indica como trabalhou o engajamento, acolhimento e motivação dos cerca de 350 funcionários a distância. “Neste momento de pandemia, a motivação acontece por meio da comunicação, de externar vulnerabilidade, permitir ao funcionário se expor e a gente se expor”, afirma durante o terceiro episódio do podcast CBN Professional, realizado pelo Valor em parceria com a rádio CBN.
Ter o principal líder da companhia demonstrando vulnerabilidades, expondo incertezas e ansiedades em um período em que as variáveis mudaram, e continuam mudando todos os dias, é tão importante para Finkel na gestão remota quanto programas de bem-estar, ergonomia e saúde mental. E o CEO fez isso com a gravação de vídeos caseiros, do seu próprio celular, em sua casa. No começo, toda semana, depois, todo mês. Aparece falando da estratégia, de metas, mas também de seus medos e fraquezas. “Para você poder conectar com as pessoas, as pessoas precisam entender que sim, você está liderando, tem a capacidade para liderar, tem o conhecimento, mas no fim das contas, somos seres humanos e todo mundo tem sua fraqueza, a sua vulnerabilidade, suas áreas de medo. E quando você compartilha isso, cria um ambiente muito mais próximo das pessoas.”
No episódio, o CEO comenta como a liderança foi treinada para a gestão remota, os aprendizados de um retorno ao escritório que chegou a ocorrer, mas foi suspenso com o avanço da pandemia, e o que espera da gestão remota pós-vacinação. “Às vezes, a gente assume que todo mundo sabe trabalhar do ponto de vista digital ou híbrido, e não é verdade. Tem que entender a particularidade do negócio de cada empresa, a necessidade de cada um e não assumir que todos estão treinados, mesmo hoje. É preciso continuar dando treinamento.”
O podcast está disponível no site do CBN Professional, Spotify e outros serviços de streaming.
Nos episódios anteriores, Juliana Azevedo, presidente da P&G no Brasil, e Laercio Albuquerque, CEO da Cisco, foram os entrevistados. O executivo falou sobre a crise de burnout que sofreu e do medo que sentiu antes de assumir a situação no trabalho.
Já Azevedo falou sobre a jornada de diversidade e inclusão dentro da companhia que preside. “Até três anos atrás, a gente fazia parte do grupo que estava acomodado e aceitando que talvez não existissem talentos de pessoas pretas e negras, que se tivesse um terço da organização com esse perfil, mas não tivesse negros ou pardos na liderança, era OK. Uma posição de vítima. Algo completamente errado”, disse. “Com certeza não pode ser racista, mas hoje eu penso muito mais: estamos sendo antirracistas como empresa e dando um pequeno passo que seja de maneira afirmativa para começar uma reparação?”
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