Sempre é tempo para mudar: o bem-estar que nasce de uma escolha profissional mais alinhada e “Descobrir sua vocação não tem idade. Mas ignorá-la tem preço.”
Por: Kennedy Alecrim / Redação
Imagine reencontrar o entusiasmo por começar a segunda-feira. Para muitas pessoas, essa sensação só chegou após uma virada profissional — seja uma mudança de carreira na maturidade, seja uma redescoberta do que realmente importa em sua trajetória. Estudos mostram que esse alinhamento entre quem a pessoa é e o que ela faz pode ter um impacto direto sobre o bem-estar físico e mental.

Um dos modelos mais aceitos pela psicologia vocacional é o modelo RIASEC, criado pelo psicólogo norte-americano John L. Holland. Ele parte da ideia de que tanto as pessoas quanto os ambientes de trabalho podem ser organizados em seis tipos principais:
- R – Realista: prefere atividades práticas, com ferramentas, máquinas ou natureza.
- I – Investigativo: valoriza a análise, a ciência, a curiosidade intelectual.
- A – Artístico: busca expressão criativa, liberdade e originalidade.
- S – Social: sente-se realizado ajudando, ensinando ou cuidando de pessoas.
- E – Empreendedor: gosta de liderar, influenciar, tomar decisões.
- C – Convencional: prefere ambientes estruturados, organizados e administrativos.
De acordo com Holland, quanto mais o tipo da pessoa combina com o ambiente de trabalho, maior a chance de ela se sentir realizada, engajada e emocionalmente estável. E isso não vale só para jovens: pesquisas mostram que mudar de carreira na maturidade pode melhorar significativamente o bem-estar psicológico, inclusive reduzindo sintomas de depressão, ansiedade e esgotamento.
Estudos longitudinais como os de Ryff (2014) e pesquisas da Gallup indicam que pessoas com alto nível de congruência entre perfil pessoal e carreira tendem a ter mais satisfação, engajamento e saúde mental. Já uma escolha desalinhada pode gerar frustração, perda de sentido no trabalho e até quadros clínicos de adoecimento psíquico.
Em entrevista à BBC Brasil, a pesquisadora Rachel Hosie destacou que “a noção de estabilidade profissional tem mudado; a carreira não é mais uma linha reta, mas um mosaico de experiências que devem fazer sentido para quem as vive”.
Não à toa, cresce no Brasil e no mundo o movimento de redescoberta profissional, especialmente após os 35 ou 40 anos. É o caso de profissionais que deixaram cargos estáveis em áreas técnicas para ingressar em atividades mais sociais ou criativas — e vice-versa. Muitas dessas pessoas relatam não apenas maior satisfação profissional, mas também melhor qualidade de sono, autoestima e relações interpessoais.
Pesquisadores como Mark Savickas (2013) reforçam que o trabalho é uma forma de contar a própria história. Se a carreira deixa de fazer sentido, é possível — e desejável — reescrevê-la. E não há idade certa para isso. O tempo da vocação é o tempo da vida.
No Instituto EUpontocom, acreditamos que o autoconhecimento pode ser o ponto de partida para essa mudança. Experimente o Teste de Holland gratuito em nosso site e descubra quais são seus tipos predominantes. Esse pode ser o primeiro passo para alinhar quem você é ao que você faz.
Porque sim — sempre é tempo para mudar.
Inventário de Preferências Vocacionais de John Holland
Instruções:
– Clique nas ocupações que lhe agradam, interessam ou atraem.
– Ao final, clique em “Ver resultado”.
– Você poderá imprimir seu perfil RIASEC ou salvar em PDF.
Referências:
- Holland, J. L. (1997). Making vocational choices: A theory of vocational personalities and work environments (3rd ed.). Psychological Assessment Resources.
- Kristof-Brown, A. L., Zimmerman, R. D., & Johnson, E. C. (2005). Consequences of individuals’ fit at work: A meta-analysis of person–job, person–organization, person–group, and person–supervisor fit. Personnel Psychology, 58(2), 281–342. https://doi.org/10.1111/j.1744-6570.2005.00672.x
- Ryff, C. D. (2014). Psychological well-being revisited: Advances in the science and practice of eudaimonia. Psychotherapy and Psychosomatics, 83(1), 10–28. https://doi.org/10.1159/000353263
- Savickas, M. L. (2013). Career construction theory and practice. In R. W. Lent & S. D. Brown (Eds.), Career development and counseling: Putting theory and research to work (2nd ed., pp. 147–183). John Wiley & Sons.
- Gallup. (2023). State of the Global Workplace Report. https://www.gallup.com/workplace/349484/state-of-the-global-workplace.aspx
- Hosie, R. (2020, October 14). Why it’s never too late to change your career. BBC Worklife. https://www.bbc.com/worklife/article/20201014-why-its-never-too-late-to-change-your-career