Por: Tracy Brower / forbes.com.br
Modelo híbrido ou remoto de trabalho pode escancarar algumas falhas da organização – como a falta de igualdade e justiça entre os funcionários
A grande maioria das organizações está planejando implementar um modelo híbrido: este será, sem dúvida, o futuro do trabalho. Esse tipo de abordagem proporcionará muitos benefícios – tanto para os funcionários, que terão mais liberdade e qualidade de vida, quanto para as empresas, que conseguirão atrair e reter os melhores profissionais.
Mas um dos desafios do trabalho híbrido será manter a cultura, a moral e a camaradagem entre os membros da equipe. O sucesso organizacional está relacionado a um forte senso de propósito comum e de identidade compartilhada – ou seja, o sentimento de que estamos todos alinhados em direção a um objetivo final comum e que temos um papel importante a desempenhar. Nesse contexto, a justiça será fundamental para um senso de unidade.
Os funcionários podem se ver como “tenho” ou “não tenho” dependendo de como são capazes de trabalhar remotamente. Assim, as organizações precisarão permitir o trabalho híbrido em uma variedade de funções, modos e preferências pessoais. Dar escolhas aos colaboradores e, ao mesmo tempo, garantir que as necessidades do cliente sejam atendidas, entretanto, será repleto de desafios, já que é improvável que todos possam trabalhar da mesma maneira e com o mesmo suporte.
As pessoas definirão “quem tem” e “quem não tem” de acordo com seus próprios critérios. Para alguns, pode ser uma vantagem trabalhar em casa com toda a flexibilidade que isso parece oferecer. Para outros, trabalhar no escritório pode parecer o melhor negócio com base na visibilidade, no avanço da carreira e na proximidade com os colegas. Os funcionários julgarão as condições com base em suas próprias preferências e provavelmente perceberão que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Conclusão: as empresas precisarão garantir justiça para construir relacionamentos e culturas fortes.https://502fd244d44e398cc6aad18c0473ad56.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Não é nenhuma surpresa que o desejo por justiça e por imparcialidade seja básico para o ser humano. Um estudo intrigante da Universidade de Oxford analisou 60 sociedades diferentes e encontrou sete requisitos morais essenciais compartilhados por todos os grupos. Apesar das diferenças culturais, existem regras fundamentais que atuam como imperativos sociais. Uma delas é “dividir os recursos de maneira justa” – ou seja, ter equidade em todo o grupo.
Os funcionários exigem um senso de justiça e, embora entendam que nem todas as funções são iguais, o requisito de equidade é fundamental para seu comprometimento e motivação. Dois estudos diferentes demonstram que quando os colaboradores não sentem que estão sendo tratados de maneira igualitária eles tendem a se retirar ou deixar a empresa. As organizações nas quais os funcionários desejam ingressar e permanecer tendem a ser aquelas que tratam as pessoas de forma justa – oferecendo coisas como atribuições, promoções e remuneração que estão alinhadas com o talento, a experiência e as contribuições.
Os níveis de esforço e de contribuição dos colaboradores estão diretamente ligados a esse senso de justiça. Sua disposição de ingressar, de se comprometer e de permanecer em uma organização é fundamentalmente afetada pelo fato de eles perceberem a equidade para todos os funcionários. O enigma “ter e não ter” não é um desafio pequeno, mas por meio da intencionalidade e do esforço sincero é possível criar as condições não apenas para a justiça, mas também para a felicidade, a realização e o sucesso nos negócios.
8. Mantenha as pessoas responsáveis
Também é importante garantir que as pessoas sejam responsabilizadas por seu desempenho e resultados. Uma cultura é significativamente determinada pelo pior comportamento que ela tolerará – e quando uma organização toma medidas para lidar com isso ou com a falta de resultados, ela contribui para uma cultura mais positiva. Isso é especialmente notado quando você está tentando reduzir o efeito da desigualdade. Quando as pessoas sentem que os outros estão fazendo seu trabalho, entregando resultados, recebendo o reconhecimento apropriado e sendo responsabilizados, isso contribui para que o senso de justiça seja generalizado.
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