Especialista em psicologia positiva ensina a evitar conflitos causados por problemas de convivência no ambiente corporativo
Por: Marcelo Fraga / revistaencontro.com.br
Durante boa parte da nossa vida, precisamos lidar com pessoas com as quais não simpatizamos ou que possuem algum problema de comportamento. Em algumas situações, é possível se afastar, evitando o convívio, mas, quando se trata do ambiente de trabalho, isolar essas pessoas é praticamente impossível, afinal, pode ser que as tarefas que você desenvolve na empresa dependam diretamente daquele que você acha um verdadeiro chato. Então, o que fazer em casos como esse?
Para responder a essa questão,
Encontro recorreu à coach de carreira Lidiane Cordeiro, especialista em psicologia positiva. Primeiramente, ela destaca que as pessoas difíceis de lidar possuem características que as identificam: “Normalmente, são centralizadoras, indisciplinadas, agressivas e sempre acham que têm razão. Existem, ainda, as pessoas desagregadoras, dissimuladas (fingidas) e negativas, dentre outras”, diz.
Lidiane Cordeiro analisa que problemas assim, geralmente, não são fáceis de serem solucionados: “Lidar com esse tipo de pessoa, além de ocasionar inúmeros conflitos, gera um elevado grau de desconforto, stress e até adoecimento. Por isso, a solução requer habilidade e atenção constante, sempre buscando equilíbrio para que haja uma convivência sustentável”, explica. Ela, inclusive, cita uma frase do escritor austríaco Peter Drucker para fazer um alerta: “As pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos“.
Entretanto, conviver com pessoas que consideramos difíceis não deve ser encarado como uma coisa negativa, segundo a especialista. Ela pondera que, no ambiente de trabalho, assim como em todos os lugares, existe uma variedade de histórias de vida, que resultam em comportamentos e mentalidades completamente diferentes umas das outras, e isso é positivo. “Sem diversidade não há crescimento”, afirma a especialista.
Lidiane Cordeiro faz, ainda, uma observação importante sobre a relação entre colegas de trabalho: “Conviver com pessoas chatas e difíceis é diferente de assédio, agressões e humilhações. Nesses casos, departamentos como o de Recursos Humanos ou a chefia da empresa devem sempre ser informados para que tomem as medidas adequadas para esse tipo de situação“, diz a especialista.Por fim, a coach de carreira lista 10 dicas para lidar com pessoas difíceis no trabalho. Confira:
1) Conheça seus limitesIdentifique os comportamentos e ações que te levam ao limite do desconforto e sobriedade. Por que determinado comportamento ou perfil de pessoa te incomoda tanto? Como isso afeta você?
2) Não reaja a provocaçõesPessoas difíceis gostam de fazer provocações e gerar conflitos. Foque no que você pode fazer para não cair em jogos e disputas desnecessárias e tenha em mente o quanto você e o grupo ganham ao decidir não revidar uma ofensa ou entrar em conflito. Se mesmo assim você revidar uma provocação, não tenha uma reações extrema, afinal você terá que encontrar essa pessoa todos os dias no mesmo ambiente
3) Preserve sua intimidadeEvite expor acontecimentos, problemas e assuntos pessoais. Caso contrário você ficará exposto a julgamentos e possíveis conflitos, inclusive nas redes sociais
4) Pratique empatiaBusque compreender de forma analítica os motivos do outro, porque cada ação está carregada de experiências pessoais. Estudos revelam que a empatia é o antidoto para a raiva. Por isso, tente se colocar no lugar da outra pessoa, sem rótulos. Ouça para entender, não somente para responder
5) Evite expectativasNão pense no que a pessoa é, mas sim no que ela está sendo naquele momento. Mudanças, de verdade, são pessoais e devem partir do outro, não de você. Mas isso não significa não ter esperanças de que essa pessoa ou a situação mudem
6) Pratique o autoconhecimentoÉ muito importante ter consciência de nossas emoções e sentimentos, nossos pontos fortes e fracos. Isso fortalece a maneira de lidar com frustrações e diferenças. O comportamento inaceitável do outro revela uma área que você precisa se desenvolver para que tal fato não o atinja mais. Examine-se. até que ponto suas atitudes e comportamentos são difíceis para uma boa convivência em grupo?
7) Tenha uma boa comunicaçãoEstabeleça boa comunicação. Muitos problemas surgem por um simples mal entendido. Aspectos como gerações diferentes e diferenças culturais podem gerar conflitos. Portanto, escolha bem as palavras e não deduza que algo esteja claro. O tom de voz também tem um papel fundamental na mensagem que você quer passar. Seja claro e pratique a tão falada e positiva Comunicação Não-Violenta (CNV). Tome cuidado com sua linguagem corporal, pois nosso corpo e expressões faciais revelam nossas emoções, e, neste caso, podem demonstrar nossa resistência à pessoa difícil
8) Não aponte errosSeja um exemplo positivo. Crises podem ser uma oportunidade de se destacar como uma pessoa que exerce um alto grau de IDI (Índice de Domínio Interior)l, caraterística fundamental de grandes líderes. O que de fato importa é o bem-estar de todos no ambiente de trabalho. Caso necessário tenha uma conversa “olho no olho”
9) Abra mão de tentar controlar tudoOs perfeccionistas sofrem muito com isso, mas não há como controlar as pessoas ao redor e fatores externos. Sendo assim, esteja aberto a novas ideias e formas de ação
10) Autorregulação é fundamentalBusque ser breve em retomar o controle e estabilidade emocional, não permitindo um diálogo caótico em sua mente, porque isso prejudicar seu equilíbrio, produtividade e performance. Uma dica valiosa para chegar à autorregulação, é praticar o mindfulness (atenção plena, em tradução livre do inglês). Aplicativos para celular, como o Headspace (disponível para iOS e Android), prometem ajudar nessa tarefa
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