Por Carta Capital
A área desmatada na Amazônia foi de 11.088 km² entre agosto de 2019 e julho de 2020, a maior desde 2008. O aumento é de cerca de 9,5% na comparação com o período anterior. O cenário de devastação foi divulgado nesta segunda-feira 30 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais.
A publicação da taxa oficializa que o Brasil descumpriu a meta da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), a lei nacional que preconizava uma redução da taxa a um máximo de 3.925 km2 em 2020.
Segundo o Observatório do Clima, o país está 180% acima da meta, o que o põe numa posição de desvantagem para cumprir seu compromisso no Acordo de Paris a partir do início do ano que vem.
“Desde sempre, quando o desmatamento sobe, a gente fica se perguntando o que deu errado nas tentativas de controle do crime ambiental. Desta vez, a gente sabe que a alta aconteceu porque deu tudo certo para o governo”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
“Esse projeto de destruição tão bem executado custará caro ao Brasil. Estamos perdendo acordos comerciais, transformando nosso soft power literalmente em fumaça e aumentando nosso isolamento internacional num momento em que o mundo entra num realinhamento crítico em relação ao combate à crise do clima”, prossegue. “Este governo funciona como uma máquina de produzir notícias vergonhosas para o país, especialmente na área ambiental. Bolsonaro é o maior sabotador da imagem do Brasil”, completa.
A informação publicada nesta segunda ainda é preliminar. Como em edições anteriores, o Inpe revisará o dado no primeiro semestre do ano seguinte, para chegar à taxa consolidada.
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