Por Metrópoles
Durante seis meses, João Yuri Vicente Gusmão, aluno do 5º ano da Escola Classe Morro do Sansão, em Sobradinho, ficou sem computador para estudar em casa. Ele assiste às aulas remotas devido à pandemia do novo coronavírus e, com a chegada do Natal, viu a chance de escrever uma cartinha com o pedido ao Papai Noel. Na quarta-feira (16/12), a entrega do presente surpreendeu a família do menino, que já comemora o Natal antecipado.
O adolescente de 15 anos tem paralisia cerebral e usa um programa específico para fazer os deveres de casa e acompanhar as aulas durante o período de isolamento social. Contudo, em junho, após uma queda de energia na sua casa, o único computador de João queimou.
“Onde a gente mora, perto do Polo de Cinema, é frequente a falta de energia quando chove. Numa dessas quedas, o computador quebrou. A professora começou, então, a passar coisas pelo celular, mas era difícil, a gente sentia que ele estava triste”, conta a mãe, Aparecida Najara Vicente de Souza, 35 anos.
Ela é artesã, e o marido, eletricista. Como estão construindo uma casa há quatro anos, os pais do menino não tinham condições financeiras de comprar um novo computador.
Após o início da campanha Papai Noel dos Correios, a família viu uma oportunidade de buscar uma doação para o filho mais velho. “Soubemos que a escola dele foi escolhida para participar do projeto nesse ano e, como o João estava sem computador em casa, quando ele ouviu, ele olhou para o lugar do computador, fazendo sinal”, conta.
“Então, eu conversei com a coordenadora da escola, para saber se podia pedir eletrônicos, e ela aconselhou colocar mais duas opções, para caso não desse certo. Então, escrevi a carta por ele, do jeitinho que ele pediu. Colocamos as opções da bola e do boneco do Hulk. Acabou que a cartinha foi parar na mão certa. Foi algo de Deus mesmo”, comemora Aparecida.
“Gratificante”
O pedido de João foi atendido pelo padrinho Alexandre Candido de Souza, 47. O servidor público participa da campanha desde 2015 e conta que ficou emocionado ao ler a cartinha do menino.
“É sempre gratificante. Eu comecei de forma despretensiosa. Antes da pandemia, eu perguntava no grupo de amigos quem gostaria de participar. Aí, eu ia lá, pegava uma determinada quantidade de cartas, comprava os brinquedos e, depois, passava para o grupo, para dividirmos a conta”, relata.
“Esse ano, em função da pandemia, foi diferente. Eu fui lendo as cartinhas e vi a do João Yuri, em que ele conta a história dele, que usava o computador para se comunicar e que tinha quebrado. Aí, eu falei: ‘Poxa, isso é algo que merece ser visto com mais carinho, é uma necessidade, um objeto que inclui essa criança no mundo’. Coloquei no grupo, e o pessoal falou: ‘Vamos ajudar o João’”, detalha Alexandre.
Por ser padrinho antigo, ele conseguiu contato com a direção dos Correios e teve a chance de conhecer o adolescente. “Normalmente, a gente não sabe quem é o rostinho por trás da carta. Mas, como eu participo há anos, conseguimos marcar para eu conhecer o João na escolinha dele”, revela.
Natural de Iguatu, no Ceará, a família mudou-se para Brasília quando João tinha 4 anos, “para tentar um tratamento melhor para ele”. Desde então, o menino faz acompanhamento médico no Hospital Sarah Kubitschek, onde aprendeu a usar o computador com programa especializado para ele.
“Ele ficou tão feliz quando ganhou o computador, não tirava o olho. Quando chegou em casa, já pediu para tirar foto”, comenta Aparecida.
“Na cadeira do João, tem uma tecla fixada, para ele clicar com a cabeça. É a forma de ele se comunicar com as pessoas, então, nós somos muito gratos por isso, por esse presente. A vida dele é uma batalha, mas a gente vai vencendo a cada dia”, diz a mãe.
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