Por: Fernando Moreira
Coleiras Seresto vendidas nos EUA
Coleiras Seresto vendidas nos EUA Foto: Reprodução

Uma coleira contra mosquitos, moscas e pulgas e carrapatos está por trás da morte de quase 1.700 pets nos EUA, de acordo com relatório da Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos EUA (EPA), divulgado pelo “USA Today”. O produto, de nome Seresto, também seria responsável por deixar dezenas de milhares de animais de estimação doentes e provocar danos em seres humanos.

Desenvolvido pela Bayer, a Seresto, de acordo com o fabricante, impede que insetos e outros pequenos animais transmitam doenças, como a leishmaniose, em cães e gatos, liberando pequena quantidade de pesticidas. A ação da coleira dura oito meses e começa assim que ela é colocada no animal. O produto é vendido no Brasil.

Mas milhares de animais de estimação estão sendo prejudicados, de acordo com documentos federais obtidos por meio de um pedido de registros públicos do Center for Biological Diversity, uma organização sem fins lucrativos que fiscaliza a EPA como parte de seu trabalho para proteger espécies ameaçadas de extinção. O centro forneceu os documentos ao Midwest Center for Investigative Reporting.

Desde que a coleira Seresto foi introduzida em 2012 nos EUA, a EPA recebeu relatórios de incidentes de pelo menos 1.698 mortes de animais de estimação relacionados a ela. No geral, até junho de 2020, a agência recebeu mais de 75.000 relatórios de incidentes relacionados às coleiras, incluindo quase 1.000 envolvendo danos a humanos.

Um dos casos envolveu Pierre, cão de 9 anos de Rhonda Bomwell, moradora de Nova Jersey (EUA), que usava a coleira, após recomendação de um veterinário. Pouco depois de iniciar o uso da Seresto, Pierre sofreu um desmaio e parou de respirar. O cão chegou a passar por tentativa de reanimação, mas não resistiu, contou o “USA Today”.

Um porta-voz da EPA afirmou que nota que os dois pesticidas presentes na Seresto “foram considerados elegíveis para registro contínuo” com base nos melhores dados disponíveis da ciência, incluindo informações de incidentes.

“Alguns animais de estimação, no entanto, como alguns humanos, são mais sensíveis do que outros e podem apresentar sintomas adversos após o tratamento”, acrescentou.

Karen McCormack, funcionária aposentada da EPA que trabalhava como cientista e assessora de comunicação, entretanto, afirmou que as coleiras têm o maior número de incidentes que qualquer produto para animais de estimação que ela já viu.

“A EPA parece estar fechando os olhos para este problema”, declarou.

De acordo com o “USA Today”, a Bayer não respondeu aos seus questionamentos acerca da coleira. A Amazon continua vendendo o produto, e também não retornou o contato.

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