Por UOL – São Paulo
Em San Salvador de Jujuy, na Argentina, uma menina de 12 anos foi estuprada e engravidou de gêmeos. Ela tentou realizar um aborto legal, mas foi impedida pelas autoridades locais.
A menina, que não teve o nome divulgado, deu à luz no fim de novembro no Hospital Dr. Hector Quintana. No entanto, segundo entidades médicas, a cesárea foi realizada antes que os fetos estivessem plenamente desenvolvidos.
De acordo com uma declaração da Rede de Profissionais de Saúde de San Salvador de Jujuy, ela ficará sob a tutela de um Provedor de Justiça Infantil, devido à situação legal de seus pais. Em nota, a entidade repudiou a cesárea feita na menina, alegando que ela tinha o direito de interromper a gravidez, dada a pouca idade.
“Da Rede, repudiamos que não se contemplem os sofrimentos das meninas maltratadas, que, nas mãos de quem deveria protegê-la das desigualdades, são abusadas pelo Estado”, escreveu, em comunicado nas redes sociais, a rede de profissionais.
#Jujuy Desde la Red, repudiamos que no se contemplen los padecimientos de las niñas abusadas, que en manos de quienes deberían protegerlas de las desigualdades ya reinantes en sus vidas, las perpetuan siniestramente, abusándolas desde el Estado.#NiñasNoMadres pic.twitter.com/AvfqXLkpsU
— Red Profesionales de la salud x Derecho a Decidir (@RedSaludDecidir) November 30, 2020
Até o momento, o homem que cometeu o ato de estupro não foi encontrado. O protocolo adotado na Argentina para situações desse tipo permite que meninas com menos de quinze anos realizem aborto quando são vítimas de abuso sexual.
Parte da comunidade médica de Jujuy repudiou a decisão das autoridades locais de impedir que a menina abortasse a gravidez.
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