Por: Amanda Rafaela Marques Dos Santos – Santos, A.R.M. de*
Em 2015 a jornalista Maria Julia Coutinho, mais conhecida como Maju, foi vítima de racismo e opressão por ser uma mulher negra ocupando um cargo com mais destaque de um programa em rede nacional. Se isso acontece com uma jornalista e apresentadora da maior emissora da América Latina, o que ocorre dentro de empresas que não são tão visadas e expostas?
A diversidade começa a ser discutida em 1981 pela abordagem sociotécnica como um de seus princípios, mas no Brasil, ainda é algo que não está muito presente no mercado de trabalho. Pesquisas feita pelo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra a disparidade no mercado de trabalho baseado na raça e gênero, dados coletados entre 2012 até 2018, apontam que mulheres brancas ganham 66% á mais que mulheres negras, e que homens brancos ganham 78% á mais que homens negros.
O Brasil é um país miscigenado com várias raças que o compõe, e tenta passar uma visão de que todas as raças tem as mesmas oportunidades social quando no mercado de trabalho, porém existe muito preconceito que faz com que as oportunidades de emprego sejam direcionadas para um tipo de classe privilegiada tanto por gênero quanto por raça, sendo os homens brancos. A realidade é que em pleno século XXI, as mulheres, os negros e os indígenas ainda não são reconhecidos no mercado de trabalho, a maioria das vezes ocupando os cargos operacionais e mais baixos das organizações, isso quando conseguem entrar para um processo seletivo. No gráfico abaixo mostra que além das pessoas brancas preencherem a maioria dos cargos de uma organização, elas também ocupam os cargos mais altos e recebem os salários mais altos.
Confira 3 etapas para aumentar a diversidade nas organizações:
- Obtenha apoio dos líderes da organização:
Os líderes tem uma grande importância na inclusão da diversidade nas empresas, pois os mesmos serão exemplos para os demais de como se comportar á novas mudanças. E devem realmente entender a importância da diversidade para o crescimento da organização.
- Reconstrua os processos seletivos:
Muitos métodos de processos seletivos excluem mulheres, negros, indígenas e pessoas de terceira idade, antes mesmo de terem a oportunidade de chegar a uma entrevista de fato. É necessário mudar esses métodos para que todos tenham a oportunidade de mostrar que é necessário na organização, através de suas qualidades profissionais ao invés de serem descartados por suas características físicas.
- Acompanhe os resultados:
É muito importante verificar o quanto essa mudança está alavancando a organização, trazendo comparativos e monitorando onde teve o maior nível de mudança e em quanto tempo. Isso é importante para saber onde e porquê a inclusão da diversidade teve êxito e onde não teve, para melhorar e adaptar a empresa.
(*) – Estudante universitário em Ciências Contábeis no Centro Universitário Euro-Americano, fui estagiária de um órgão público na área financeira, onde me apaixonei pelo meu curso.
Referências:
Maria Júlia Coutinho, a Maju, é vítima de comentários racistas no Facebook. (2021). Retrieved 9 May 2021, from http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/07/maria-julia-coutinho-maju-e-vitima-de-racismo-no-facebook.html
Gonçalves, E., Espejo, M., Altoé, S., & Voese, S. (2021). Gestão da diversidade: um estudo de gênero e raça em grandes empresas brasileiras. Retrieved 9 May 2021, from https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307145806007
Em 30 anos, apenas 244 processos de racismo e injúria racial chegaram ao fim no RJ. (2021). Retrieved 9 May 2021, from https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/em-30-anos-apenas-244-processos-de-racismo-e-injuria-racial-chegaram-ao-fim-no-rj.ghtml
A desigualdade racial do mercado de trabalho em 6 gráficos. (2021). Retrieved 9 May 2021, from https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/13/A-desigualdade-racial-do-mercado-de-trabalho-em-6-gr%C3%A1ficos
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