Por: Vítor Emanoel Barros Santos
Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e mutável, o capital humano tem sido a grande vantagem de muitas organizações. Ter uma equipe bem treinada e motivada pode ser o grande diferencial e uma vantagem competitiva para diversos ramos de negócio. As empresas mais bem-sucedidas investem continuamente em treinamentos para sua equipe, obtendo-se assim um retorno e sucesso garantido. Mas você sabe qual é a importância do investimento na motivação de profissionais?
Salários baixos, péssimas condições de trabalho e falta de reconhecimento são algumas das várias queixas que se ouve ao se tratar de falta motivação no trabalho, mas o conceito de motivação vai além disso, e esse tema vem sido estudado a muito tempo. A revista científica Hermes realizou no ano de 2015 uma pesquisa em uma empresa de grande porte e constatou que 9% dos colaborados se sentem satisfeitos em trabalhar na empresa, 37% não está satisfeito, 36% às vezes se sente satisfeito e outros 18% nunca se sente satisfeito. Isso nos dá uma plena noção da relevância da motivação no ambiente de trabalho.
Os profissionais levam em consideração as condições de trabalho na hora de disputar uma vaga, e atrelado a isso, está a manutenção da motivação, que é a característica que mais influência na hora de tomar uma decisão. Há muitas teorias diferentes sobre a importância da motivação do trabalhador. A mais famosa é a teoria de Abraham Maslow, que se baseia na chamada hierarquia das necessidades humanas. Maslow classifica essas necessidades em cinco pontos principais:
I – Necessidades fisiológicas ou básicas, que estão ligadas à necessidade de alimento, abrigo, repouso, exercício, sexo e outras necessidades orgânicas;
II – Necessidades de segurança, de proteção contra ameaças. Isso pode ser diretamente ligado a insegurança quanto à manutenção de empregos e cargos;
III – Necessidades sociais, de amizades, afeto, interação e aceitação em grupos sociais. A necessidade de relações afetuosas são uma importantes variável do comportamento humano, incluísse no ambiente de trabalho;
IV – Necessidades de estima e de autoestima, essas estão relacionadas como a forma com a qual a pessoa se vê e se avalia. Estão ligadas fortemente com a frustação em relação a si mesmo e isso pode levar ao desânimo no ambiente de trabalho;
V – Necessidades de autorrealização, de utilizar o potencial de habilidades, autodesenvolvimento e realização pessoal. Essas características estão relacionadas com a plena realização do que cada pessoa tem da utilização plena dos talentos individuais.
Essas necessidades estão organizadas em uma certa hierarquia, que se parece como uma pirâmide, como mostra a figura abaixo:
No Brasil, a desmotivação no trabalho é uma realidade em muitas empresas. A McKinsey & Company, que é uma empresa de consultoria empresarial americana, realizou um estudo que mostrou que o funcionário brasileiro é um dos que mais trabalha desmotivado em todo o mundo. Estima-se que a nota média de motivação é de 45, em uma escala que vai de 0 a 100, no país. O resultado é inferior à média mundial de pontos registrados, que foi de 55.
Os principais motivos para essa realidade são falta de reconhecimento e ausência de oportunidades. A pressão por bons resultados e comprimento de metas vem aumentando devido à crise econômica que se instalou de 2014 para cá, além do alto índice de desemprego, descrença no sistema judiciário em virtude de todas as decisões que são tomadas no nível social, falência ideológica e de valores. Devido à recessão na economia nacional e para não demitir funcionários, muitas empresas tem que cortar benefícios, congelar salários e outras medidas para economizar, e isso vai ao desencontro dos interesses do trabalhador, tornando mais difícil o manter motivado.
Veja algumas formas de motivar um funcionário:
- Cultura de Feedbacks: Avaliações periódicas ajudam muito na compreensão da motivação individual e coletiva no ambiente empresarial. Além disso permite a identificação dos principais problemas que afetam a satisfação de todos tornando a solução mais rápida e eficaz;
- Plano de Carreira: Essa ferramenta possibilita ao funcionário visualizar e entender o propósito em se dedicar à empresa e aos seus objetivos;
- Flexibilidade e Autonomia: A arte de delegar atividades e responsabilidades permite que os colaboradores se sintam com mais autonomia, sempre respaldados pelos seus gestores e possibilitam a flexibilidade na entrega de demandas;
- Pesquisa de Clima Organizacional: permite que o setor de Recursos Humanos fique cada vez mais a par da situação, como um todo, e do nível de motivação de cada colaborador. Isso tudo ajuda a compreender a origem por trás da falta de motivação de funcionários e até mesmo de uma equipe;
- Treinamentos: Essa ferramenta possibilita desenvolver as capacidades de todas as equipes em prol do desenvolvimento da empresa. E, consequentemente, os indivíduos adquirem mais bagagem profissional;
- Estabelecimento de Metas: A sobrevivência de qualquer empresa está ligada ao alcance das metas. Com bons treinamentos, a produtividade aumenta sem perder a qualidade.
- Oportunidades: Todo profissional quer ter a oportunidade de aprender, ampliar seus conhecimentos e experiências e, assim, impulsionar suas chances de sucesso na carreira. Por isso, empresas que oferecem planos de carreira são as mais prestigiadas e procuradas, pois dão perspectivas de futuro e crescimento aos seus colaboradores.
* Estudante Universitário em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Unieuro de Brasília.
Bibliografia:
Tamayo, Alvaro & Paschoal, Tatiane em A Relação da Motivação para o Trabalho com as Metas do Trabalhador. Disponível em < >;
Lobos, Júlio, em Teoria sobre a Motivação no Trabalho. Disponível em < >;
MOTIVAÇÃO NO TRABALHO – ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS TRABALHADORES EM UMA CONFECÇÃO Revista Científica Hermes n. 14, p. 176-200, jul-dez, 2015.
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