Por: Felipe dos Santos Guesdes (convidado) / Kennedy G. de Alecrim
Um ponto positivo pós pandemia é a aceleração da reestruturação organizacional, onde, provavelmente, terá a quebra ou flexibilização da hierarquização de poderes na organização, o que deve resultar em um protagonismo maior por parte dos funcionários, com toda a parte de diálogo, promovendo uma maior confiança. Com isso os colaboradores da organização terão uma maior capacidade de contribuição, a partir do momento em que não sentirão limitações, impostas pela organização, nas suas funções. Nesse cenário, há uma equiparação à característica de um ecletismo, não de teorias diversas, mas sim de opiniões dentro da organização, possibilitando trazer resultados mais criativos para a empresa.
Mas nem todos os funcionarios são capazes de serem protagonistas, ou ao menos tentarem ser. Essa ideia não é nova. JULIO, C, ’Jack Welch, considerado o maior desenvolvedor de líderes desse século, já senalizava isso comsua teoria 20-70-10, discutida no programa “Gestão descomplicada” da rede CBN, em 05 março de 2020. A figura de Jack Welch, apaixonada por pessoas, grupos e equipes, mas também por sua gestão, baseada em números, dados e na eficiência e qualidade, Ficou famosa por desenvolver grandes líderes. Ele foi o criador da regra 20-70-10 para analisar o desempenho de seus funcionários, de modo que eram separados em porcentagem onde 20% era o número de funcionários excelentes, 70% os medianos e 10% os de baixo rendimento. Isso era usado para demissões e contratações de novos funcionários, nesse caso o individuo tem a chance de competir ou abrir mão da sua participação na organização, resultando na divisão de grupos e comparando o desempenho de cada um, então a capacidade do trabalhador de participação na organização determina seu desempenho. Essa sensação de que os melhores eram beneficiados, faz com que se tenha uma motivação maior para subir seu desempenho na organização.
Mas qual a relação com a questão de como as empresas estão lidando com a situação atual referente ao COVID-19 ? A resposta passa pelo contexto do teletrabalho. Para a empresa se manter a solução foi trabalhar de casa, em atendimento às solicitações legais de proteção do trabalhador e distanciamento social. Se você acha que nem todo mundo consegue ter a disciplina correta para essa atividade, bingo ! a teoria 20-70-10 se encaixou né ? É certo que é preciso impor uma disciplina para ter resultados esperados no teletrabalho, mas estudos apontam que a questão da indisciplina associada à ansiedade também pode atrapalhar muito no desempenho dos funcionários, podendo gerar uma especie de comportamento obsessivo, causando sobrecarga de trabalho. Portando, essa adaptação das empresas à situação atual deve proteger seus negócios mas também proteger seu funcionário dele mesmo , tanto pela solidariedade ou comoção com essa pandemia, como, principalmente, por que acreditam que quando isso passar terão seu time devidamente motivado para pode erguer novamente a empresa e obter maiores resultados.
Resumindo, o reconhecimento do trabalhador se baseia no reconhecimento das ações da empresa, ou seja, a solução está na busca não do erro mas da sua origem.
