Por: Vitor Lucas Leite (convidado) / Kennedy G. de Alecrim

Havia um modelo costumeiro de organização, que advém de muitas décadas atrás. Esse modelo foi fortificado pelo paradigma Fordista/Taylorista que defendia a ideia de que as empresas deveriam concentrar todas as etapas fabris e organizarem por atividades atribuídas a cada trabalhador. Ou seja, era considerado mais eficiente especializar cada trabalhador para realizar uma tarefa específica. Você já assistiu o filme “Tempos Modernos”? Um filme interpretado por Charles Chaplin fazendo uma crítica ao capitalismo clássico. Recomendo que assista o filme, além de adquirir mais um pouco de conhecimento sobre o assunto garanto que você dará ótimas gargalhadas. 

Você acha que esse modelo de administração clássica era realmente eficaz? Provavelmente não era, pois na década de 70 houve grandes transformações nas empresas e indústrias, emergindo a chamada Reestruturação Produtiva, termo usado para dizer que o dia a dia das empresas mudou de forma significativa.  

Houve uma drástica crise no capitalismo tradicional ao implementar a predominância máxima do setor privado e a mínima intervenção do Estado na economia. Forma liberal ou neoliberal advindo do modelo de produção que surgiu no Japão chamado Toyotismo, que seguia um método de produção flexível. Assim, os produtos passaram a ser fabricados apenas após os consumidores efetuarem a compra, prática econômica que se aplica em produções por demanda, para evitar desperdícios, estoques desnecessários e custos extras. Esta diligência é conhecida como Just in Time

Dizem que resultados geram resultados, e isso que foi acontecendo, mais coisas foram mudando. No Toyotismo as indústrias não faziam todo o processo na fabricação de produtos, ou seja, as atividades meias eram terceirizadas para que outras empresas fizessem. Hoje, não ouvimos mais falar em fábricas de automóveis, mas sim em montadoras de automóveis. As peças são fabricadas por várias empresas em lugares diferentes, assim as montadoras apenas montam e finalizam os automóveis.  

A sociedade pós moderna é uma crítica ao estado anterior, o estado moderno. Na qual se pautava em três grandes pilares: o homem, o mercado e a tecnologia. A pós modernidade “turbinou” esses três grandes pilares. Em reflexo dessa impulsão, o homem passou a desenvolver trabalhos em várias atividades, a multifuncionalidade do trabalhador evoluiu ao ponto de poder exercer até cinco atividades simultâneas, tornando-o totalmente polivalente. Surgem novas tendências alternativas de emprego como o Uber, que acaba com o paradigma dos taxistas. Há algum tempo surgiu um termo conhecido como Job Sharing, em tradução livre: “compartilhamento do trabalho”. Um modelo de trabalho que traz a possibilidade de dois ou mais profissionais dividirem a mesma atividade laboral em horários diferentes, um exemplo são os médicos que dividem uma mesma vaga de emprego, e seus salários e benefícios são calculados em reflexo do tempo de trabalho. A evolução de mais um desses pilares, o mercado, foi o surgimento do e-commerce que foi impulsionado de maneira espantosa. Em 2019 foram feitas pesquisas que chegaram a conclusão que em 2020 o comércio eletrônico no Brasil poderia faturar até 74 bilhões de reais, mas e agora com o período de pandemia que o e-commerce tomou outra grande impulsão, você  pode imaginar qual o valor do faturamento do e-commerce no final de 2020?  Nem eu! 

 Com o mundo eletrônico evoluindo, claramente a tecnologia também está evolucionando. Há dados que mostram que nos últimos trinta anos a tecnologia avançou mais que nos últimos três séculos. Com isso, muitos trabalhos estão deixando de existir, cedendo seu lugar para a inteligência artificial, a exemplo da secretária eletrônica que está substituindo o trabalho de telefonista, os caixas eletrônicos que estão substituindo os caixas de bancos. Essa evolução faz também que surgem empregos mais técnicos. 

Até mesmo a perspectiva de subordinação dos trabalhadores passou por modificações. Em face as novas formas de trabalhos que foram surgindo, as organizações adaptaram mecanismos para transferir a dinâmica empresarial sem emitir ordens diretas ao trabalhador. 

Hoje, para continuarmos empregados precisamos acompanhar a evolução, investindo nosso tempo em estudo e conhecimentos para estarmos aptos para as exigências do mercado de trabalho. Com tudo o que vimos que aconteceu desde o século passado e como a evolução está sendo rápida, você acha que está preparando-se profissionalmente para manter-se no mercado de trabalho diante de evoluções, em um futuro próximo? Essa é uma pergunta que vale a pena refletir. 

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