Por: Isabelly Marsele Ribeiro Campos (convidada) / Kennedy G. de Alecrim

Que modelo Japonês de Administração é esse que domina o mundo nos dias atuais? Qual é a grande diferença deste modelo para o Fordismo? Quais são as maiores eficácias deste modelo de produção e quais tendências ele nos proporciona? Pois bem, tenciono propor uma breve reflexão de como o mundo ostenta um modelo Japonês de produção. 

Os processos de administração estão sempre acompanhando o tempo junto com a evolução humana. A necessidade de administrar nasceu pelas revoluções industriais. Frederick Taylor em meados sec. XX na Segunda Revolução Industrial, nos EUA, sentiu que deveria existir uma ordem e uma hierarquia a ser seguida para uma produção obter eficácia e eficiência. Logo adiante surge Henry Ford, em 1914, que diz que além de uma organização deve se haver também uma sistematização durante a produção. Nesse momento cria-se a linha de produção, onde cada operário produz uma parte do produto final. Claro que Ford não atingiu o marco histórico apenas pela linha de produção, mas por sua influência na economia. Sua produção em massa provocava um baixo custo de venda em seus automóveis, e seus operários ganhavam bem na época. Isso fez com que seus carros fossem comprados por todos os públicos e aqueles que por alguma razão não possuíam todo o dinheiro necessário, existia o meio do parcelamento da compra. 

Na era contemporânea, chamada Terceira Revolução Industrial, vivencia-se o modelo Toyotismo. Iniciou através de uma parceria entre a Toyota e um Engenheiro Mecânico Taiichi Ohni que observava a constante necessidade de mudança nos modelos de produção Japonês. Diferentemente dos modelos norte-americanos a Toyota não possuía espaço para produzir em massa e apresentaria um foco maior na qualidade dos automóveis. Mas quais foram às mudanças ocorridas durante a reestruturação produtiva? Uma possível resposta pode estar na desregulamentação, flexibilidade da produção por demandas. A Toyota cria uma conglomeração de empresas parceiras para a montagem do produto final, ocasionando a terceirização. 

Essa revolução que se dá através da 3º revolução industrial traz a hipermodernidade, gerando o Estado Moderno. O que seria o “estado moderno”? O estado moderno se constitui em três pilares: homem, mercado e tecnologia. 

O homem se torna multifuncional, versátil e flexível. Um colaborador polivalente. Não mais um colaborador que realiza apenas uma função, mas um colaborador que exerce múltiplas funções e está ciente dos planos da empresa como um todo. Assim seu trabalho passa a ter os mesmos objetivos da empresa. Com a mudança de um simples operário para um colaborador traz a imagem que o mesmo deve pensar e agir em prol das metas da empresa, dessa forma necessita-se de colaboradores capacitados para exercer seu papel proativo dentro de uma equipe. 

O mercado abrange diversas formas de vendas e prestações de serviços, com a pós-modernidade toda relação interna ou externa (cliente-fornecedor) deve ser direta com um canal definido e claro para enviar pedidos e receber feedbacks. Uma vez que o mercado procura estudar o mundo consumidor, buscando sempre inovações. 

A tecnologia se torna cada vez mais robusta trazendo uma facilidade em todos os processos dentro de uma empresa como os sistemas gerenciais mais apurados e rápidos para um ótimo desenvolvimento. A automação industrial é outro avanço bastante significativo, pois aumenta a produtividade e diminui gastos. Uma vez que uma máquina é capaz de produzir mais que um humano e em menos tempo, ou até mesmo capaz de prestar um serviço como atividades bancárias através do caixa eletrônico ou aplicativos em celulares móveis.  

Nesse meio do Estado Moderno o modelo Toyotismo reduz o gasto da produção e impulsiona o trabalhador dentro do seu ambiente de trabalho o tornando parte dele. Apesar de ser um modelo de produção bastante inovador e dominado por todo o mundo, existem pontos negativos em relação aos trabalhadores. A Hipermodernidade gera uma série de desempregos estruturais, agravadas pelas funções que as maquinas são capazes de efetuar e o mercado exige uma mão de obra super qualificada pra lidar com a tecnologia avançada. Outro ponto que gera uma polêmica é a relação terceirizada e flexível do colaborador, onde existe uma cobrança maior com o trabalhador terceirizado e um salário não correspondente em muitas das vezes. 

Mas qual é a tendência que o modelo Toyota nos permite esperar em um futuro próximo? É esperado um trabalhador que está no mercado para oferecer os seus serviços e mostrar-se eficiente. Um trabalhador que não está mais preocupado em aposentar em uma determinada empresa, mas sim prestar seus serviços de acordo com seus ideais. É esperado um perfil que monte a sua carreira, um gestor que impulsiona a sua equipe a dar o melhor de si. 

É conclusivo que o Toyotismo tende a despertar o lado ambicioso do trabalhador, onde ele é o gestor da sua carreira, ele produza com flexibilidade, ele se abasteça de conhecimentos e do desejo de crescer. O Toyotismo propõe às empresas que inovem sempre, busquem a realimentação dos seus clientes e que creditem credibilidade às suas críticas e elogios. 

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