Usada desde a edição de 2009, em substituição à TCT (Teoria Clássica de Testes), a TRI permite melhor avaliação das habilidades e competências do candidato, afirma coordenador do Colégio Marista de Londrina
Por: Edson Neves/Especial para a FOLHA
Presente no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) desde a edição de 2009, a TRI (Teoria de Resposta ao Item) é um método de avaliação usado não só na educação, mas também em áreas como o esporte e a publicidade, através de teorias e estatísticas vindas da física e da matemática. Na prova, a TRI vem em substituição à TCT (Teoria Clássica de Testes), no mesmo período em que o MEC fez uma reformulação, implementando as já conhecidas habilidades e competências.
Nas palavras do professor Nilson Douglas Castilho, Coordenador de Ensino Médio do Colégio Marista de Londrina, a TRI utiliza de fórmulas que explicam item a item da prova de maneira individual, o que diferencia da TCT. “Na Teoria Clássica, era olhado o teste como um todo: se você acertasse 60 questões de 100, sua nota era simplesmente 60. Na Teoria de Resposta ao Item, é levado em conta o nível de dificuldade e sua relação com os demais itens do Exame. Pode acontecer de alunos acertarem o mesmo número de questões e terem notas finais diferentes”. De forma direta ou indireta, a TRI tem a capacidade de distinguir os candidatos que possuem a proficiência em uma determinada área do conhecimento daqueles que não a têm.
Questionado se a TRI seria mais “justa” com o candidato, o professor do Colégio Marista de Londrina respondeu que não necessariamente, já que independente do tipo de teoria avaliadora, o Enem continua tendo como essência o aluno e seu rendimento. Castilho aponta que a Teoria de Resposta ao Item é mais detalhada neste quesito, pois há uma melhor visão do aluno no desenvolvimento de suas habilidades e competências, o que auxilia na chamada “gestão por resultados”, o que é, segundo ele, o sonho da educação. “É conseguir identificar os pontos em que o aluno precisa melhorar no seu processo de aprendizagem. Não é porque ele acertou determinada questão, que ele saiba tudo daquilo. É preciso esse aprofundamento trazido pela TRI”, completou.
Por outro lado, Castilho acredita que a Teoria de Resposta ao Item é mais coerente que o método anterior. “Se a questão 1 da prova exige a mesma habilidade da questão 15, é esperado que o aluno acerte ambas, mesmo se forem de níveis de dificuldade diferentes, pois remete ao ponto da proficiência na área do conhecimento”. Além disso, reforça o professor, é melhor que o candidato acerte uma boa quantidade de questões classificadas como fáceis e médias, do que apenas as difíceis. “Isso influencia na média. Quem acertou as mais fáceis pode ter uma nota maior”, afirmou.
A situação acima diz respeito ao chamado acerto casual, popular “chute”. “A TRI minimiza essa ação. Quem acerta as mais difíceis e erra as mais fáceis, na visão do sistema corretor, entende-se que chutou. Não tem um padrão coeso de respostas, por isso um maior desconto na nota”. Mesmo assim, assegura Castilho, deixar a questão em branco é a última das alternativas. “Claramente vale menos do que o acerto casual. É preciso tentar”.
Cálculo é complexo
Nilson Castilho adiantou que o cálculo da nota do Enem pela TRI é complexo demais para se explicar em poucas linhas. No entanto, sustenta que todos os anos o Inep calibra o nível de dificuldade da prova baseado nas notas do exame anterior, chegando até uma média em que os alunos de todo o país podem tirar. Diferente da redação, em que a nota vai de zero até mil, nas provas objetivas a média varia justamente devido ao gráfico elaborado pela Teoria de Resposta ao Item. (Edson Neves/Especial para a Folha)
NOTAS DO ENEM 2019
No Enem 2019, foram registradas as seguintes notas:
Linguagens
Máxima: 801,7
Mínima: 322
Média: 520,9
Matemática
Máxima: 985,5
Mínima: 359
Média: 523,1
Ciências da Natureza
Máxima: 860,9
Mínima: 327,9
Média: 477,8
Ciências Humanas
Máxima: 835,1
Mínima: 315,9
Média: 508
Fonte: Ministério da Educação
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