Por O Globo

morte de Maria Cristina José Soares, de 56 anos, atropelada no dia 30 pelo jogador de futebol Marcinho gerou comoção não apenas de familiares da vítima, como de colegas e alunos da instituição onde Maria Cristina dava aulas, o Cefet/RJ. Outra vítima do mesmo acidente foi Alexandre Silva Lima, de 44 anos, marido da professora e também docente no mesmo centro educacional.

Nas redes sociais, ambos foram lembrados com muito carinho e agradecimentos. Alexandre era professor do Departamento de Engenharia Mecânica da unidade do Maracanã, ex-coordenador do departamento e ex-professor da unidade de Nova Iguaçu. Já Maria Cristina dava aulas no Departamento de Engenharia Ambiental e era coordenadora do curso. O casal estava junto há 12 anos.

Numa rede social, a engenheira Ysabella Abraham conta que fez parte da primeira turma do curso coordenado por Maria Cristina e construiu uma parceria com a professora.

“‘Professora, vamos fazer evento de engenharia ambiental?’, ‘Aula inaugural?’, ‘Palestras de engenharia ambiental?’. Era desconfiada, tinha que ser do jeito dela, e no final topava de tudo! E fizemos muito, que parceria! Na nossa última conversa, há alguns dias, acelerada que sou, perguntava sobre o futuro, e ela me dizia ‘minha filha, tenha calma, tudo vai se ajeitar'”, escreveu Ysabella.

O diretor artístico Ricardo Schöpke, parente da vítima, lamentou a morte e ressaltou que Cristina era uma mulher “sempre bem-humorada, sorridente, alto-astral, sagaz e muito inteligente” e acrescentou: “Adorava ficar conversando horas com você, em nossos encontros de família, festas, churrascos. Você sempre foi muito divertida, um ótimo papo e companhia! Sinto imensamente que a sua partida tenha sido tão dolorida e dolorosa! Que seja uma linda passagem! Estaremos aqui na terra para honrar você e fazer com que esse assassino pague por todos os seus crimes”.

Ex-aluno do Cefet/RJ, Rodolpho Monteiro também lembrou com gratidão de Maria Cistina, que foi sua primeira chefe.

“Cristina, além de ter sido minha coordenadora no Cefet, foi minha primeira chefe. E eu de fato acredito que na sua carreira, por mais mudanças que possam existir, cada experiência profissional te agrega e te prepara para uma melhor, seja qual for. Se eu caminhei na minha carreira, foi porque eu tive uma primeira oportunidade. E se eu tive uma primeira oportunidade, eu devo a ela. Que a justiça faça o seu trabalho corretamente, e puna, de forme exemplar, o responsável por esse acidente”, escreveu.

Ex-professora do Cefet/RJ, Zuleide Silveira lamentou a perda da amiga com quem compartilhou diversos momentos da carreira.

“Começamos a nossa carreira, acho, no mesmo ano de 1979 e seguimos até 2012 quando aposentei-me no CEFET-RJ e iniciei nova carreira na UFF. Já não a via fazia um bom tempo. Na foto do seu perfil, minha colega está linda… Sinto muito! Em menos de uma semana, a instituição CEFET-RJ (estudantes, professos e pessoal técnico e de apoio) sofreu uma dupla perda. Perdemos dois professores dedicados e querid@s. Espero que se faça justiça!”, escreveu.

Em nota, o Cefet/RJ informou que decretou luto oficial de um dia nesta quarta-feira pela morte dos docentes e acrescentou que toda a comunidade “espera que a justiça se cumpra e que o responsável por essa tragédia seja punido em conformidade com as leis”. A Associação dos Docentes também se manifestou: “Em um ano tão difícil este acontecimento aumenta ainda mais nosso luto. Nossa solidariedade e sentimentos aos familiares e amigos, nesse momento. Que o Professor Alexandre e Professora Maria Cristina possam repousar em paz na sua partida física”.

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