Por: Eduardo Gondin Fernandes (convidado) / Kennedy G. de Alecrim
Jack Welch, falecido em 1 de março de 2020, foi um dos maiores gestores da história, o mesmo, foi reconhecido pelo seu trabalho na General Electric company –GE, como CEO, no período de 1981 até 2001 e formulou uma regra empresarial que ficou conhecida como 20 – 70 –10, onde, em uma empresa existe a tendência natural de 20 % dos colaboradores serem premiados, 70% serem simplesmente mantidos e 10% serem demitidos. Para Jack 20% é o percentual que tradicionalmente se esforçam de fato e abraçam a cultura e a politica da organização, 70% vendo esse comportamento, buscam seguir esse caminho (são influenciáveis), e 10% não. Portanto tendem a ser demitidos.
Mesmo sendo uma teoria de nossos dias atuais, esta, aparentemente, se mostra baseada nos valores da década de 20, onde o objetivo era dar enfase na estrutura organizacional, como a divisão do trabalho e a remuneração.
Será que diante do cenário que presenciamos hoje com a pandemia, mudanças organizacionais, demissões entre outros, o pensamento de Jack Welch ainda está valido? Para responder a essa pergunta talvez baste observa à nossa volta. Naquela época mundo estava na contra mão do que está acontecendo hoje. Tanto fora da organização, em relação a afetividade, companheirismo, carisma, quanto dentro da organização, com respeito à flexibilidade, comunicação com os clientes, de forma pessoal ou por redes sociais e com a interação entre os colaboradores . Mas ao que parece, tudo pode voltar a mudar pois os líderes estão voltados para a sobrevivência dos negócios pós-pandemia, e portanto, a regra 20 – 70 – 10 mesmo não sendo algo que pareça ser politicamente correto, poderá voltar a ser a tônica para esse momento. Pragmatismo poderá ser a base da adaptação das diversas formas de evitar a proliferação das consequências econômicas causadas pelo Covid – 19, e por meio dessas adaptações, talvez continuem tendo o controle da eficiência e da eficácia de toda a equipe.
O reflexo desse pragmatismo pode estar sendo iniciado pela adoção do teletrabalho (home Office), que está ocorrendo como uma das mudanças empresariais adotadas pelas organizações. Por ele os mesmos conseguem transmitir aos colaboradores suas expectativas, metas e objetivos organizacionais, de forma virtual, por meio de reuniões (agora mais constantes) e sempre acompanhando os resultados, pois vale ressaltar que ao contrário do que muitos gestores pensam ou dizem pensar, o teletrabalho não reduz a produtividade da equipe e muito menos diminui a quantidade de trabalho.
Diante desse cenário novo, percebemos a necessidade de discutir um meio termo entre as conquistas alcançadas pelas teorias administrativas até o momento e a adaptabilidade ao conceito 20-70-10. Qual caminho seguir ainda é difícil dizer mas é necessário conceber uma adaptação de seus produtos e serviços ou estará fadada ao fracasso. Nesse contexto é necessário abrir os olhos para a transformação digital e encontrar novas e melhores alternativas para antigos e novos problemas.